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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As milícias no campo miram em direção aos movimentos sociais


                        Latifundiários e transnacionais contratam grupos armados para se “protegerem”

Jorge Américo,
da Reportagem




O campo de atuação das empresas de segurança privada não está restrito às cidades. É cada vez mais comum, no meio rural, a presença de grupos armados contratados por fazendeiros. Em 27 de julho de 2011, foi realizado em Curitiba (PR) o Tribunal de Júri que puniu pela primeira vez um caso de milícia privada no campo.
Os jurados consideraram Jair Firmino Borracha culpado pelo assassinato do agricultor Eduardo Anghinoni, irmão de uma das principais lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná. O réu foi condenado a 15 anos de prisão. O crime ocorreu em 1999, no município de Querência do Norte (PR). As provas e os depoimentos apresentados no julgamento reforçaram a hipótese da existência de uma organização criminosa que atuava contra militantes de movimentos sociais na região.
Um caso semelhante permanece sem solução. Após uma ação articulada pela empresa NF Segurança, o trabalhador rural Valmir Mota de Oliveira, mais conhecido como Keno, foi morto por um funcionário que prestava serviços para a transnacional Syngenta. Outros cinco trabalhadores ficaram gravemente feridos. Ambos participavam do acampamento Terra Livre, em Santa Tereza do Oeste (PR), área na qual a empresa promovia experimentos ilegais de sementes de milho transgênico. Embora o crime tenha ocorrido no final de 2007, o processo se encontra na fase inicial de consulta das testemunhas.
O advogado da ONG Terra de Direitos, Fernando Priospe, demonstra preocupação com a atuação de milícias privadas na região. “Basicamente não houve alteração na situação no que diz respeito às milícias privadas. Por exemplo, a NF Segurança continua atuando na região de Cascavel clandestinamente”. A Syngenta acusa os trabalhadores rurais de serem responsáveis pelo assassinato de Keno e de um pistoleiro. O Ministério Público do Paraná, que acatou a denúncia, alega que o fato de ocupar uma propriedade rural significa assumir o risco de provocar o assassinato das próprias pessoas que ocuparam a área.

Indígenas, ditadura e escravidão
A privatização do setor de segurança tem mais implicações negativas do que se supõe, segundo o presidente do Conselho Estadual da Defesa da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe), Ivan Seixas. “Elas [empresas de segurança], além dos serviços tradicionais, fazem arapongagem particular, espionagem eletrônica, industrial, militar, política. Isso tudo faz com que o Estado brasileiro esteja refém dessa gente”.
Nem mesmo os povos indígenas escaparam desse aparelho repressivo descrito por Ivan, que é ex-preso político da ditadura civil-militar (1964-1985). Em outubro, um grupo de homens armados – contratados por donos de construtoras – avançaram contra as comunidades instaladas no local conhecido como Santuário dos Pajés, no Setor Noroeste, em Brasília (DF). Estavam em disputa 50 hectares de terras tradicionais, onde vivem cerca de 30 pessoas das etnias tuxá, fulniô, kariri xocó e tupinambá. Na ação, foram registrados espancamentos, uso de spray de pimenta e arma de choque elétrico.
A consolidação do setor da segurança privada nos últimos anos e a exacerbação de seu poder deve-se muito à presença de militares ainda em atividade ou aposentados. A conduta repressiva contra cidadãos, de acordo com Ivan, é sintoma do autoritarismo herdado do período ditatorial. Para ele, “há uma ligação direta entre ditadura e empresas de segurança porque vários torturadores, civis e militares, são donos dessas empresas”.

Racismo
O professor de história e integrante da UNEafro-Brasil Douglas Belchior vê na escravidão as raízes dos excessos que são cometidos hoje. Para ele, as empresas de segurança não substituem as forças militares do Estado, mas atuam de forma complementar. “Os capitães do mato foram a primeira polícia da história. Eles tinham a função de correr atrás dos negros rebelados. Essa lógica se repetiu ao longo dos anos e, quando os policiais migraram para a segurança privada, levaram consigo essas práticas abomináveis. Daí a razão de os negros serem as principais vítimas da truculência, ao lado dos camponeses e indígenas.”
Para Marcelo Braga Edmundo, coordenador da Central de Movimentos Populares e do Comitê Social da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos, a segurança privada está tão estruturada que consegue obter vantagens de todos os lados. Isso se dá ou por meio da repressão ou por meio da extorsão. “Recentemente, isso aconteceu no Jardim Botânico [no Rio de Janeiro]. Algumas pessoas se recusaram a pagar os seguranças e de repente começou a ter assaltos na rua, o que claramente se configurou como uma forma de pressão”. Braga afirma que o processo de coação é parecido. “Estigmatizam a população mais pobre da zona oeste, dominada pela milícia, enquanto a classe média que vive nas áreas mais abastadas há muito tempo aceita a ação delas passivamente, as paga e fica por isso mesmo”.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Filme sobre o Santuário Sagrado dos Pajés é premiado no festival de Brasília do Cinema Brasileiro


Sagrada Terra Especulada(A luta contra o Setor Noroeste) Documentário - 70min from Muruá on Vimeo.

Nesta segunda - 03.10.11 o coletivo CMI-DF recebeu prêmio de R$ 35 mil no
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, com o filme Sagrada Terra
Especulada.

Narrado pelo rapper GOG, é um grito contra a especulação imobiliária e
pelo respeito à diversidade. Trata da luta entre a permanência do
Santuário Sagrado dos Pajés que é uma comunidade indígena Fulni-ô,
localizada no plano-piloto de Brasília, e a construção do bairro Noroeste,
destinado à classe alta do Distrito Federal.

Único filme copyleft do Festival, o documentário não recebeu qualquer tipo
de patrocínio e foi realizado de maneira voluntária e coletiva.

Baixe, Assista, exiba, distribua livremente - http://vimeo.com/28597529

Neste momento o Santuário e matas nativa de cerrado são atacados
ilegalmente por tratores da construtora EMPLAVI. O filme serve como arma a
favor da população indígena e de rua contra os novos e constantes ataques.

Em tempo, este prêmio é uma resposta a cada bola de borracha, bomba de
gás, pra cada transmissor de rádio livre roubado pelo Rei,pra cada noite
na delegacia.Esse prêmio vai pra cada indígena, moradora de rua, sem-terra
assassinad@s ontem, hoje e amanhã. Ao cerrado sua fauna e flora, a quem dá
vida aos movimentos sociais,todas as heroínas e heróis anônim@s, a quem se
apropria da tecnologia como forma de libertação e...especialmente, do
fundo do coração pra cada voluntári@ que dedicou seu tempo e sonhos à REDE
IndYmedia ! Som@s tod@s ! Venceremos ! ((( I )))

wiki do santuário:http://radius.tachanka.org/santuariodospajes/
#odeiaamidiasejaamidia

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O documentário Sagrada Terra Especulada - A luta contra o Setor Noroeste

produção do CMI-Brasília está com a estréia confirmada para
dia 3 de dezembro, próxima sexta feira.
O local da estréia será a central de vendas do Setor Noroeste,
localizada no eixinho L, na 208 Norte.
O horário é às 20hs.

Essa é mais uma ação dos moradores e moradoras de Brasília que não
aceitam a política de ordenamento urbano feita pelos governos do
Distrito Federal, históricamente aliados às construtoras e
imobiliárias, nacionais e internacionais, e que alimenta o bolso dos
Especuladores, criando na maioria das vezes irreparáveis ao bem estar
dos moradores da Cidade.
Não existe défcit habitacional na faixa de consumidores à qual o
projeto Noroeste é voltado.
As obras do noroeste já estão fazendo um estrago enorme na última área
de cerrado nativo do plano piloto.
E a situação das comunidades indígenas, que era uma condicionante a
ser cumprida antes do início das obras, ainda não foi definida.
Essa é a história do rolo compressor dos Barões do concreto, contra as
leis, contra a natureza, contra a cultura ancestral, contra a Vida

Venha participar desse ato de insubimissão de quem não aceita mais o
desrespeito por parte dos Governos e Empresários.

Brasília não precisa do Noroeste!!!

Santuário dos Pajés é patrimônio histórico cultural e espiritual!

Ayaya!!!
Awiry!!!
Ahooo!!!

Ps: repassem para todos os contatos de brasília, acontecimento único
no Cinquentenário da Capital =)

--
aconteça o que acontecer
Aconteça!

http://nascidadedesi.ning.com
http://tramavirtual.uol.com.br/usuario.jsp?id=1383252
http://myspace.com/nascidadedesi

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sagrada Terra Especulada - A luta contra o Setor Noroeste


Trailer - Sagrada Terra Especulada - A luta contra o Setor Noroeste from doiseffes on Vimeo.
Por todo Brasil a especulação imobiliária ganha cada vez mais força mudando o cenário do campo e da cidade. Em Brasília o principal expoente dela é o Setor Noroeste, considerado por muitos a evolução do conceito de bairro. Trazido como o primeiro bairro ecológico do país foi uma das principais bandeiras do governo Arruda/Paulooctávio. 

A mídia, em especial o jornal Correio Braziliense, age de forma publicitária ao invés de divulgar outras verdades. O projeto já destruiu centenas de hectares de cerrado nativo que serve como amortecimento pluvial, além de fazer parte da fraude que foi o Plano Diretor das Cidades onde deputados receberam propina para aprová-lo.
Naquele cerrado uma das únicas áreas que ainda se mantém verdes resiste o Santuário Sagrado dos Pajés onde indígenas cultuam seu passado e presente. O trailer no link abaixo é do filme "Sagrada Terra Especulada - A luta contra o Setor Noroeste" que tem o objetivo de fortalecer essa luta e tentar barrar a implantação final do bairro Setor Noroeste. Junto a sua estréia em novembro acontecerão várias atividades de resistência. Fique ligado e ajude como a sua consciência quiser.

De Rafael Moreira

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

MP tenta suspender obras no Noroeste


As obras de terraplanagem e implantação de infraestrutura no Setor Habitacional Noroeste podem ser paralisadas. Uma ação cautelar do Ministério Público, que pede a suspensão imediata das construções, está em processo de análise pela Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal.
A ação cautelar, que também pediu o impedimento de alvarás de construção para o setor, foi ajuizada pela Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) após verificar que as obras previstas extrapolam a poligonal estabelecida no documento Brasília Revisitada, apresentado por Lucio Costa e anexado ao Decreto 10.829/87, que normatiza o tombamento de Brasília.
De acordo com a promotora de Justiça Luciana Medeiros, grande parte das obras está em área tombada considerada non edificandi, isto é, onde não se pode construir. "O documento original também prevê apenas dez quadras para o setor, além de residências para a classe média-baixa".
A promotora alerta que o projeto atual é a primeira etapa das construções no setor. "Não sabemos em que consiste a segunda etapa, mas as quadras atuais começam pelo número 7, o que pode significar planos de expansão posteriores. A gente quer evitar que pessoas de boa fé comprem sem saber os possíveis problemas que podem enfrentar no local se não houver planejamento, como falta de água, refluxo de esgoto, lixo, afogamento do trânsito".

Além disso, o projeto atual prevê três entradas para o Noroeste, descumprindo o formato das superquadras, em que há apenas uma entrada. "O problema é que as entradas vão fazer da via uma pista de passagem, aumentando o fluxo de carros e a insegurança dentro do setor", explica.
Segundo a presidente da Fundação Sustentabilidade e Desenvolvimento, Mônica Veríssimo, a área tombada de Brasília está dividida em quatro escalas: monumental, residencial, gregária e bucólica. "As áreas do Sudoeste e Noroeste são classificadas como escalas bucólicas, com espaços abertos, muita vegetação e poucas construções", diz.
Expansão. A geógrafa explica que, em 1987, Lucio Costa considerou a possível expansão de Brasília e propôs locais dentro do sítio tombado que poderiam ter novas construções, sem atrapalhar o projeto urbanístico da cidade. "A grande preocupação dele era que, nas gerações seguintes, a cidade continuasse sendo vista, de cima, em formato de avião. Para isso, o Sudoeste e Noroeste são separados por um parque da área residencial e precisam se manter dentro desse espaço previamente determinado". 

O novo governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, disse que será feita uma criteriosa análise para que o projeto não comprometa o ambiente e favoreça apenas grandes grupos empresariais.
 A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) informou que aguarda comunicado oficial para se manifestar sobre a ação cautelar pedindo suspensão imediata das obras de infraestrutura do Setor Habitacional Noroeste. Segundo alegou, atualmente não existe qualquer impedimento legal para a continuidade das obras. 
 
A Terracap garantiu que esta não é a primeira vez que é alvo de ações contra a implantação do Noroeste. As primeiras  foram movidas ainda em 2007, durante o processo de registro em cartório do bairro, mas foram derrubadas na Justiça do DF. Outras ações para impedir a realização das quatro licitações de projeções realizadas em 2008 foram igualmente derrubadas.

A Terracap ressalta que o Noroeste só obteve o registro em cartório depois de aprovados os projetos urbanístico, ambiental e arquitetônico do bairro, cuja elaboração foi acompanhada, discutida e referendada pelo Ibama, Ibram, Funai e pelo próprio Ministério Público. A companhia, inclusive, assinou com o Ministério Público e a Funai um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para vender projeções e realizar obras de infraestrutura do Noroeste. Desde outubro de 2009, cerca de R$ 140 milhões são gastos na infraestrutura do setor.
Fonte: Ana Paula Leitão/Jornal de Brasília

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

PF apreendeu recibos do DEM na Operação Caixa de Pandora


Antares na Caixa de Pandora, a empresa responsável pelas obras da expansão irregular do Setor Sudoeste!!!
  Folha de S.Paulo

BRASÍLIA -- A Polícia Federal apreendeu durante a Operação Caixa de Pandora, em novembro de 2009, recibos de doações ao DEM, assinados pelo tesoureiro nacional do partido, no anexo da residência oficial do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), preso desde quinta-feira. As doações foram feitas por empresas com interesses em negócios no DF.
Os recibos estavam no armário do anexo do imóvel, que era usado por Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda. Ele é suspeito de arrecadar propina, que, segundo investigação da PF, ficava com o governador (40%) e também era usada para pagar deputados da base aliada em troca de apoio político.
Arruda era do DEM até o estouro da operação, que revelou em novembro o esquema de arrecadação e distribuição de propina em seu governo. A Polícia Federal investiga por que os documentos estavam no local, quando deveriam ficar com as empresas que fizeram as doações. Os comprovantes de contribuição financeira ao partido, feita em maio de 2009, somam R$ 425 mil, sendo R$ 275 mil da construtora Artec e R$ 150 mil da Antares Engenharia. Quem assinou os recibos foi o tesoureiro da Executiva Nacional do partido, Saulo Queiroz. Ele disse que as doações foram registradas na contabilidade do partido, mas estranhou o fato de os documentos estarem no anexo da residência oficial. Queiroz diz que enviou os recibos para as empresas doadoras.

Interesses
A Artec e a Antares têm interesses no governo do Distrito Federal. A Artec possui contratos para coleta de lixo e obras.
Já a Antares, cinco meses após a doação, recebeu do Instituto Brasília Ambiental, órgão do governo, uma licença prévia para iniciar obras no DF.
Visite Fórum Ambientalista do DF em: http://forumambientalista.ning.com

sábado, 23 de janeiro de 2010

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A lei se manifesta!!!


Terracap não pode realizar obras na área ocupada pelos índios do Noroeste
A Justiça Federal no Distrito Federal determinou nesta terça-feira (24/11) que a Companhia Imobiliária do Distrito Federal (Terracap) não realize ou permita que se realizem quaisquer obras a área reivindicada pela Comunidade Indígena Bananal/Santuário dos Pajés em parte de onde será construído o Setor Habitacional Noroeste. A autarquia também não pode promover qualquer ato que possa intimidar ou ameaçar os membros da comunidade.
Na semana passada, o Ministério Público Federal no Distrito Federal ajuizou ação civil pública, com pedido de antecipação de tutela, para garantir a permanência da Comunidade Indígena Bananal na área, até que os estudos sobre a tradicionalidade da ocupação na região sejam concluídos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ato Cerrado Vivo - Santuário do Pajés - 8/11/2009


No dia 8 de novembro de 2009 o povo brasiliense se uniu para dizer basta ao Setor Noroeste e toda ganância da especulação imobiliária. O Santuário dos Pajés, Terra Indígena Bananal, ainda não foi demaracada por omissão da FUNAI. O local é zona de amortecimento do Parque Nacional de Brasília e importante reserva de água, plantas e animais. A mobilização continua até o final!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A Civil e os Tratores

No dia 27 de outubro de 2009, os moradores do Santuário dos Pajés, comunidade indígena situada em Brasília, detiveram um trator que desmatava área de cerrado próximo às suas terras. A abertura da estrada faz parte do projeto do Setor Noroeste, que teve suas licenças ambientais canceladas por recomendação do Ministério Público Federal, até a conclusão dos estudos antropológicos referentes à presença indígena naquela região. A polícia civil foi chamada para garantir a continuidade das obras e averiguar a existência de um "refém"

ATENÇÃO A TODOS OS MOVIMENTOS PELA PRESERVAÇÃO DA NOSSA PATCHAMAMA....


REPASSAR A TODO BRASIL !!!!

QUE TODOS OS SERES ESTEJAM ATENTOS E FAÇAM A SUA PARTE NESTE CONTEXTO.....

JUNTOS PODEMOS MUITO...................!!!!!

Elishi Tami Sinai

> FARSA DO SETOR NOROESTE
>
> “O que me assusta não é a violência de poucos, mas aomissão de muitos.”
> Martin Luther King

> Prezados
> amigos, um crime sócio-ambiental está ocorrendo bem
> debaixo de nossos olhos. A população só conhece a versão
> oficial da história, que vem sendo propagada pelos meios de
> comunicação chapa branca, enquanto isso, a última grande
> reserva do Cerrado dentro da área tombada de Brasília já
> está sendo destruída e a comunidade indígena que cuida
> daquele local está sendo expulsa.
> O
> governo arrecada uma fortuna com a chamada "
> Ecovila" Noroeste, que se diz ser o primeiro bairro
> ecológico do Brasil, mas na verdade trata-se de um tremendo
> engodo.
> As verdadeiras Ecovilas que se espalham por todo o mundo
> são criadas em cima de áreas já degradadas pelo homem,
> aonde os futuros moradores irão recuperar o local ,
> respeitando e se adaptando aos ritmos da natureza.
> Na FALSA Ecovila
> do GDF, existe na verdade um projeto antiquado que será
> construído em cima de uma
> reserva ambiental e
> de um santuário
> indígena,
> projeto feito pelas construtoras da cidade e
> "doado" ao governo local, aonde se criou um bairro
> de luxo, aonde o desperdício e a ineficiência serão
> predominantes. Verdadeiras estufas de vidro e granito
> climatizadas com muito ar-condicionado.
> O projeto contraria todo e qualquer princípio de
> arquitetura ambiental, não pensou-se em criar um zoneamento
> para preservar a reserva florestal, muito pelo contrário, a
> avenida principal passa justamente na área com a
> vegetação nativa mais preservada, e que vem sendo cuidada
> e mantida pelos índios que habitam a região.
> A farsa do projeto "sustentável" é na verdade
> uma repetição de clichês do chamado "marketing
> verde" ou melhor “maquiagem verde”, que serve
> única e exclusivamente para encarecer os apartamentos
> (captação de água da chuva e paineis solares para
> aquecimento de água já é lei em várias cidades do
> Brasil. É uma obrigação das construtoras e não um gesto
> em defesa da natureza.)
> A cara-de-pau do governo e principalmente da imprensa
> vendida é tão grande que usam justamente as riquezas
> naturais da reserva do Bananal e citam as suas árvores
> (copaíba, ingá, angico, baru, açoita-cavalo, barbatimão,
> pimenta de macaco, jequitibá etc) como itens para vender
> qualidade de vida para os futuros moradores.
> Eles só não dizem que as mesmas árvores estão sendo
> destruídas por seus tratores na calada da
> noite.
> Com
> esta farsa o GDF já engordou o seu cofre com 1 bilhão de
> reais, fora a fortuna que as construtoras irão ganhar (as
> mesmas que elegeram o atual governador, fora o fato de que o
> vice-governador é um dos maiores empresários da
> construção da região).
> E com essa fortuna circulando, está todo mundo de bico
> calado, os deputados distritais defendendo os seus
> patrocinadores de campanha, o IBRAM órgão que só sabe
> abençoar o que o governo manda, e os que permanecem em cima
> do muro, FUNAI e IBAMA que lavam suas mãos
> convenientemente.
> Enquanto isso o cacique Korubo, guardião do local que
> vinha sendo ameaçado de morte está DESAPARECIDO HÁ SEIS
> MESES, e uma residência indígena foi incendiada de maneira
> criminosa. Tenho certeza que vc não leu e não lerá isso
> no Correio Braziliense.
> Mas
> a atitude do governo e dos empresários já era esperada,
> estranho seria se eles se comportassem de maneira
> diferente.
> O que não é admissível é ver a passividade do cidadão
> brasiliense, que terá a sua qualidade de vida extremamente
> prejudicada por esse tsunami de concreto e asfalto
> despejados em cima da última grande reserva de Cerrado
> dentro da área tombada de Brasília. Especialistas em
> trânsito já falam do caos que virá em nossas ruas,
> igualando Brasília às demais capitais, com engarrafamentos
> intermináveis e poluição do ar.
> O governo fala que a cidade não tem para onde crescer,
> assim justificando as suas atrocidades,mas ignora que
> naquela região poderia ter sido feito um verdadeiro bairro
> ecológico. Primeiramente delimitando a reserva ambiental e
> o santuário indígena, depois criando verdadeiras ecovilas
> nas áreas degradadas ( pelo próprio GDF) do local, usando
> os princípios do urbanismo ecológico e da arquitetura
> bioclimática, aonde teria uma população de moradores
> condizente com a fragilidade do local.
> Mas o que está sendo feito é o extremo oposto, uma farra
> da especulação imobiliária que agride a inteligência da
> população mais esclarecida. Brasília vai fazer 50 anos,
> isso aqui não é mais terra de ninguém como pensam os
> políticos.
> O
> ministério público em março deste ano recomendou a
> suspenção de todas as licenças emitidas pelo Ibama para a
> construção do setor noroeste por irregularidades no
> processo, e recomendou ainda o estudo para a demarcação da
> terra indígena do Bananal.
> A
> mobilização já está sendo feita, diversas ong´s, grupos
> estudantis, associações de moradores já estão nesta
> luta, mas ainda é pouco, precisamos da SUA participação
> também. Junte-se a nós.
> PAREM OS TRATORES JÁ!!!
>
> Contamos
> com a participação de todos na divulgação deste email,
> mas o mais importante será a presença física no local,
> para que todos possam olhar com os próprios olhos a riqueza
> e a beleza da reserva do Bananal, e a destruição que os
> tratores da “ecovila” estão causando (vide fotos
> anexas).
> Convidamos
> portanto para:
> TRILHA
> ECOLÓGICA NO SETOR NOROESTE
> Dia
> 8 de novembro (domingo) a partir das 10 horas, encontro no
> estacionamento ao lado do canhão que fica entre o setor
> militar e o setor noroeste. Leve água e protetor
> solar.

>
>
> Para
> que todos despertem para o fato de que um cidade é feita
> por seus moradores, e não por políticos com interesses
> próprios.
> Obrigado pela
> atenção,
> Movimento
> Cerrado Vivo



--
Equipe PAHLBrasilSustentável

www.ctarvoredavida.com.br / Resp.SocioAmbientalCultural PAHL - Plano de Ação de Humanos Livres

"Algum dia, depois de termos dominado os ventos, as ondas, as marés e
a gravidade... utilizaremos... as energias do amor.
Então, pela segunda vez na história do mundo, o homem terá descoberto o fogo".
Teillard de Chardin

Política Facista na Capital do Brasil!!! Viva o povo Indígena e sua resistência no Cerrado! Vamos pra luta!

As máquinas estão destruindo o cerrado nativo e pretendem destruir a comunidade indígena.....faça sua parte na divulgação, emanação ou na linha de frente.

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*MÃE NATUREZA* nos forma como homens e mulheres, como *SERES ESPIRITUAIS E SOCIAIS *e nos dá nossa *identidade cultural e espiritual*. Nela estão nossos alimentos, medicinais e também nossos espíritos antepassados. A Terra Mãe é a razão básica de nossa existência e de acordo com a lei espiritual do Grande Tupã não permitiremos tais agressões a nossa essência que é a terra, é a nossa dignidade. Estamos profundamente feridos e indignados junto com a ferida aberta no *Cerrado Tapuya* pelos tratores da vergonha da TERRACAP ilegalista!
Isso causou um dano ambiental irreparável ao território indígena que aguarda início de estudos para identificação e delimitação ainda não cumpridos pela FUNAI por exigência do Ministério Público Federal e da 6ª Câmara de Revisão da Procuradoria Geral da República de Índios e Minorias que apontou que a FUNAI vem promovendo a cassação Ilegal dos direitos da comunidade indígena Tapuya deixando os índios Tapuyas do Santuário dos Pajés sem defesa ao não cumprir a criação do GT conforme preconiza a Lei 1.775/96 e garantir proteção ao território indígena.

A Procuradora do Ministério Público Federal no DF Dra. Luciana Loureiro recomendou criação do GT para promover a identificação e delimitação da Terra Indígena do Bananal de modo a cumprir o que garante a Constituição Federal e garantir os direitos da ocupação tradicional tapuya do Santuário dos Pajés.

A FUNAI vem desde 1986 postergando a resolução do problema e não cumpre a determinação do Ministério Público Federal desde o dia *16 de março deste ano* por isso abriu *INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO* para apurar indícios de improbidade administrativa, crimes como a administração federal e tráfico de influência na FUNAI por está violando o *DEVIDO PROCESSO LEGAL* e o *direito ao contraditório* de demarcação de terras indígenas previsto no Parágrafo 8º do artigo 2, da Lei 1.775/96 por parte daqueles que questionam a demarcação de terras indígenas somente após* conclusão* dos estudos do Grupo Técnico (GT), portanto pela via administrativa e judicial, mas não é o que está acontecendo. A mesma ilegalidade vem cometendo o IBAMA, uma vez que o Ministério Público Recomendou também o cancelamento das licenças.

A FUNAI desde 2003 omitiu na criação de GT conforme a lei quando Laudo Pericial e Estudos antropológicos demonstraram com fundamentação histórica, legal, etnográfica e ambiental que trata-se de ocupação indígena de *uso tradicional* promovida pelos índios fulni-ôs, os últimos TAPUYAS desde os anos de 1957 quando vieram trabalhar na construção de Brasília e ali vem utilizando a terra para suas manifestações sagradas e espirituais expressando sua cosmovisão, cultura e identidade étnica de modo rico e nítido em suas relações espirituais com a ancestralidade do território e da mata de Cerrado preservado pela comunidade indígena do Bananal. Cabe ressaltar que a *Constituição democrática de 1988* no Artigo 231 define o direito à terra a partir do uso tradicional ou forma de ocupação tradicional de acordo com os usos, costumes e tradições e não de "uso imemorial" como previa a Constituição de 1967 do Regime Militar e suprimido pela nova Constituição.

A FUNAI vem omitindo por meio de pareceres sem fundamentação antropológica, técnico-jurídica, etno-histórica com a participação das direções do próprio órgão (Diretoria de Assuntos Fundiários, Coordenação-Geral de Identificação e Delimitação e a Presidência do órgão, o responsável Sr. Márcio Meira Augusto de Freitas) e na defesa inadequada dos direitos de nossa comunidade indígena.

A inércia de Márcio VEM facilitando as ações de violência contra a comunidade indígena do Santuário, ameaças de morte, incêndio criminoso de uma oka da nossa aldeia, pressões para abandonar o lugar e o GRAVE DESAPARECIMENTO de nossa Liderança Espiritual, *há 6 meses sumido*, *o Cacique Kaxaipinha KORUBO* ameaçado e pressionado por agentes da TERRACAP e FUNAI. Queremos saber onde está o KORUBO? Queremos sua APARIÇAO com VIDA!! JÁ BASTA DE GENOÍCÍDIO E IMPUNIDADE!! São 509 anos de injustiças e perseguições contra nós e nossos antepassados!! Onde está KORUBO?

A comunidade indígena Tapuya do Santuário Sagrado dos Pajés apresentou também denúncia para *Associação Brasileira de Antropologia (ABA)* contra a atuação de certos profissionais da antropologia (Nadja Havt Bindá, Juliana Gonçalves de Melo, Artur Nobre Mendes, Maria Auxiliadora Sá Leão e Juliana Burger Sotto-Maior) que agiram contra o *Código de Ética do Antropólogo* normatizado pela ABA que em seu *Artigo* 3 alíneas 2 e 3* que dizem: *"2. Na elaboração do trabalho, não omitir informações relevantes", "3. Realizar o trabalho dentro dos cânones de objetividade e rigor inerentes à prática científica".*

Cabe salientar que esses profissionais da antropologia, que chamamos profissionais da "Antropologia Colonialista e Racista", tem responsabilidade direta e conivência com muitos atropelos legais e crimes de genocídio, etnocídio, deixando a expansão do desenvolvimentismo irracional arrasar as terras, o meio ambiente, os indígenas, sua cultura, e práticas religiosas, espirituais de nossos povos indígenas. Sem a posse das terras como iremos nós desenvolver nossas tradições? . Ou melhor o Terrorismo da TERRACAP e IBAMA, o Genocídio de Gabinete da FUNAI e da "Antropologia" Colonialista nos obriga moralmente a inverter o questionamento: Qual é a tradição deles? qual é verdadeira tradição dos projetos de desenvolvimento e "civilização": genocídios, racismo, violência, segregação, ilegalidade, injustiça social, miséria, desastre ambiental, mentira, ignorância, exclusão. Depois que tornados, furacões, tempestades, secas, falta de água, violência urbana, agrotóxicos, contaminações, violência social a custa do sofrimento e humilhação das maiorias "minorizadas" pelo processo de segregação social, étnica e econômica.

Essa Antropologia de cunho racista mancha a imagem daqueles profissionais que durante a *Constituinte de 1987* lutaram conjuntamente com os movimentos indígenas e movimentos sociais no processo de reconhecimento e consolidação dos *direitos indígenas* (presentes no Artigo 231 da Constituição), do *direito à diferença*, do *direito à livre manifestação da identidade étnica e indígena* perseguida e caçada sistematicamente há 509 anos.

A antropologia colonialista mancha a imagem da disciplina que tem como critério o reconhecimento e o respeito pela diferença e a afirmação dos direitos decorrentes dessa diferença por reconhecer o princípio da diversidade cultural e humana e o da pluralidade e denegar todo ato de governo, Estado ou terceiros que vise impor um tipo hegemônico como autoritarismo étnico, cultural e político. Disciplina que concebe conhecer o Outro na totalidade de sua manifestação para respeitá-lo e não para favorecer a sua negação, a sua aniquilação, a sua perseguição, a sua dominação, o seu descarte. A antropologia construída junto com a ABA e diariamente nos cursos de ciências sociais foi concebida com base no compromisso ético de garantir os direitos históricos à terra por nós indígenas, já num processo de total espoliação fundiária pela colonização do país, e romper e combater o silêncio da violência contra os povos indígenas do Brasil.

Esses profissionais dão um péssimo exemplo aos futuros profissionais da área ao afiançar burocraticamente tanta violência institucionalizada contras as culturas, as vidas, o meio ambiente e as terras indígenas; na verdade trata-se de conivência e participação na *perversidade* praticada e autorizada por políticos e servidores infames atentos às própria barrigas e aos próprios bolsos.

Ao cinismo de tratores, manipulações antropológicas e administrativas, licenças ambientais ilegais, manipulação dos meios de comunicação (CORREIO BRASILIENSE, GLOBO) e ao fingimento de não saber o que está acontecendo, a verdade persiste em aparecer no caos social e urbano, nos desastres ambientais provocados por ignorância, na guerra da criminalidade nas grandes cidades, nos níveis irrisórios dos indicadores sociais, econômicos e humanos, na concentração de terras e renda recentemente divulgados e rapidamente acobertados com festas de olimpíadas, copa, novelas, em suma alienação social programada pela "tradição", "usos" e "costumes" daqueles que governam o país há 509 anos.

Isso revela, sim, a verdadeira face da tradição e cosmovisão do Estado Mafiocrático de "Direito" administrado para cassar e perseguir aos povos e comunidades no Brasil, sem distinção de etnia ou cultura, e sua "ilustrada sabedoria" de acadêmicos, togados, agentes econômicos, empreendedores e servidores públicos: barbárie, estupidez, ignorância e intolerância desenfreadas, saques, roubos, injustiças e desmandos de toda ordem. Onde está o *Direito* e a *Justiça* onde afaga a mão ?invisível? e ?inevitável? da mafiocracia, cheio de notas, (será que é tão inevitável e invisível assim? Ou será que a cumplicidade ativa e passiva chega a cegar?). O que dizem eles aos seus filhos e filhas como pais e mães de família?

Se na cultura do branco, *tradicionalmente de acordo com os usos, hábitos e costumes da cultura dominante no Brasil*, o dinheiro corrompe, lembramos também que o a impotência, o consentir, o cruzar os braços, o não ter tempo, o assistir passivamente, o não agir e seguir levando a vida repetindo o mesmo modelo também faz parte da corrupção e do sistema, também corrompe o espírito e a consciência, o senso de justiça e a ética.

A violação da Constituição Federal (Artigo 231), da Convenção 169 da OIT sobre os povos indígenas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de setembro de 2007 que garante os direitos à terras, a cultura, a as práticas espirituais e os direitos humanos de nós povos indígenas estão flagrantemente violados na Capital da República do Brasil, Brasília!

Exigimos já a EXONERAÇAO do Presidente da FUNAI SR. MÁRCIO MEIRA AUGUSTO DE FREITAS pela responsabilidade direta nos muitos crimes contra os direitos humanos dos povos indígenas e por favorecer e participar direta ou indiretamente na violação da Constituição Federal, acordo e tratado cumprido com nós povos indígenas em 1988, da Carta da Declaração da ONU sobre os Direitos Humanos Indígenas e principalmente da CONVENÇAO 169 da OIT ratificado pelo Congresso Nacional e promulgado pela Presidência da República, que garante entre outros direitos a participação indígena na tomada de decisões sobre empreendimentos em terras indígenas.

Invocamos o direito à resistência assegurada no Direito Internacional contra os atuais Atos do Estado Brasileiro ou de grupos que suprimam os DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS!!

Convocamos todas e todos a lutarem conosco por cada milímetro de nossa Mãe Terra, de nosso sagrado e amado cerrado tapuya para as próximas gerações. Que venham todos juntos conosco os que se cansaram de tanta mentira: indígenas, mulheres, estudantes, crianças, homens de todas as etnias, culturas e crenças e todos os movimentos indígenas (ARPINSUL, APOIME, ARPIB, e outros), sindicatos e associações de profissionais, centrais sindicais, todos os movimentos sociais para a exigir a imediata demarcação de Terra Indígena Bananal Santuário Sagrado dos Pajés, em BRASÍLIA, e exigir a imediata paralisação do terrorismo organizado pelos responsáveis do Estado (TERRACAP, FUNAI E IBAMA) e o cumprimento de nossos direitos JÁ!! Queremos um Brasil de todas as autonomias: indígenas, étnicas, sociais, culturais, econômicas, espirituais e ambientais; um Brasil de todas as liberdades fora do mercado das máfias, da estupidez, das intolerâncias, das agressões aos direitos e à vida, fora do chamado "Brasil: país de todas as Mentiras!"

!!COM MÁRIO JURUNA DIZEMOS NOSSO DOCUMENTO É A TRADIÇÃO!!

*!!O Santuário dos Pajés Não Se Move!!*

*!!Basta de Criminosos e Assassinos do Povo Indígena!!*

*!!Fora Márcio Meira!!*

*!!TERRACAP E IBAMA: CRIMINOSOS AMBIENTALISTAS!!*

*!!Setor Noroeste é Ilegal!!*

*!!Resista Brasília!! 50 anos de estupidez e segregação social e ambiental!!*

--
Carlos Henrique
skype: ch.siqueira

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Carta aberta do Santuário Sagrado dos Pajés sobre os tratores que começaram a sua destruição


Por Questão Indígena 27/10/2009 às 09:23


O CMI publica aqui a carta aberta dos guerreiros e das guerreiras da comunidade indígena Tapuya do Santuário Sagrado dos Pajés, protetores do cerrado nativo de Brasília e convoca que todos se unam na defesa deste patrimônio natural, histórico e cultural:

A TERRACAP começou a destruir com tratores uma área preservada pela comunidade indígena Tapuya do Santuário dos Pajés que tem seus direitos caçados de modo arbitrário, ilegal e autoritário. Os tratores abriram uma faixa de mais de 15 kilômetros a 200 metros da cancela branca onde tem guarita do indígena Korubo (ameaçado e desaparecido há 6 meses) ao lado do Santuário dos Pajés.

Isso ocorreu em operação clandestina na quarta e quinta feira passadas. Constatamos somente no dia de sábado depois de rondas rotineiras que realizamos no território, pois vínhamos escutando o som das atividades de máquinas já desde muito tempo da área acima da cascalheira ilegal denunciada por Korubo, no entanto quando fomos verificar a dor no peito e as lágrimas nos invadiram profudamente.

Leia a carta completa

Assine a petição em defesa do santuário

Saiba Mais: Guerreiro Kaxaipina Korubu, do Santuário dos Pajés está desaparecido | MPF/DF recomenda suspensão da licença prévia para construção do Noroeste | SOS - Santuário dos Pajés | Incêndio Criminoso destroi casa na Terra Indígena do Bananal | Mais fotos do incendio criminoso na Terra Indígena Bananal | Encontro histórico milenar da religiosidade indígena e afrobrasilera/afro-indígena | Funai deve se manifestar sobre comunidade indígena no Setor Noroeste | A construção do Setor Noroeste feita pelo Correio Brasiliense (monografia sobre a cobertura do Correio Brasiliense) | Imagens do ato em frente à Terracap - DF | Brasília ameaçada pela especulação imobiliária | A Luta dos Indígenas do DF acende debate sobre especulação imobiliária | A falaciosa Ecovila Noroeste, o Maior Bairro Verde Cifrão do País | Editoriais Anteriores


A *MÃE NATUREZA* nos forma como homens e mulheres, como *SERES ESPIRITUAIS E SOCIAIS *e nos dá nossa *identidade cultural e espiritual*. Nela estão nossos alimentos, medicinais e também nossos espíritos antepassados. A Terra Mãe é a razão básica de nossa existência e de acordo com a lei espiritual do Grande Tupã não permitiremos tais agressões a nossa essência que é a terra, é a nossa dignidade. Estamos profundamente feridos e indignados junto com a ferida aberta no *Cerrado Tapuya* pelos tratores da vergonha da TERRACAP ilegalista!

Isso causou um dano ambiental irreparável ao território indígena que aguarda início de estudos para identificação e delimitação ainda não cumpridos pela FUNAI por exigência do Ministério Público Federal e da 6ª Câmara de Revisão da Procuradoria Geral da República de Índios e Minorias que apontou que a FUNAI vem promovendo a cassação Ilegal dos direitos da comunidade indígena Tapuya deixando os índios Tapuyas do Santuário dos Pajés sem defesa ao não cumprir a criação do GT conforme preconiza a Lei 1.775/96 e garantir proteção ao território indígena.

A Procuradora do Ministério Público Federal no DF Dra. Luciana Loureiro recomendou criação do GT para promover a identificação e delimitação da Terra Indígena do Bananal de modo a cumprir o que garante a Constituição Federal e garantir os direitos da ocupação tradicional tapuya do Santuário dos Pajés.

A FUNAI vem desde 1986 postergando a resolução do problema e não cumpre a determinação do Ministério Público Federal desde o dia *16 de março deste ano* por isso abriu *INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO* para apurar indícios de improbidade administrativa, crimes como a administração federal e tráfico de influência na FUNAI por está violando o *DEVIDO PROCESSO LEGAL* e o *direito ao contraditório* de demarcação de terras indígenas previsto no Parágrafo 8º do artigo 2, da Lei 1.775/96 por parte daqueles que questionam a demarcação de terras indígenas somente após* conclusão* dos estudos do Grupo Técnico (GT), portanto pela via administrativa e judicial, mas não é o que está acontecendo. A mesma ilegalidade vem cometendo o IBAMA, uma vez que o Ministério Público Recomendou também o cancelamento das licenças.

A FUNAI desde 2003 omitiu na criação de GT conforme a lei quando Laudo Pericial e Estudos antropológicos demonstraram com fundamentação histórica, legal, etnográfica e ambiental que trata-se de ocupação indígena de *uso tradicional* promovida pelos índios fulni-ôs, os últimos TAPUYAS desde os anos de 1957 quando vieram trabalhar na construção de Brasília e ali vem utilizando a terra para suas manifestações sagradas e espirituais expressando sua cosmovisão, cultura e identidade étnica de modo rico e nítido em suas relações espirituais com a ancestralidade do território e da mata de Cerrado preservado pela comunidade indígena do Bananal. Cabe ressaltar que a *Constituição democrática de 1988* no Artigo 231 define o direito à terra a partir do uso tradicional ou forma de ocupação tradicional de acordo com os usos, costumes e tradições e não de "uso imemorial" como previa a Constituição de 1967 do Regime Militar e suprimido pela nova Constituição.

A FUNAI vem omitindo por meio de pareceres sem fundamentação antropológica, técnico-jurídica, etno-histórica com a participação das direções do próprio órgão (Diretoria de Assuntos Fundiários, Coordenação-Geral de Identificação e Delimitação e a Presidência do órgão, o responsável Sr. Márcio Meira Augusto de Freitas) e na defesa inadequada dos direitos de nossa comunidade indígena.

A inércia de Márcio VEM facilitando as ações de violência contra a comunidade indígena do Santuário, ameaças de morte, incêndio criminoso de uma oka da nossa aldeia, pressões para abandonar o lugar e o GRAVE DESAPARECIMENTO de nossa Liderança Espiritual, *há 6 meses sumido*, *o Cacique Kaxaipinha KORUBO* ameaçado e pressionado por agentes da TERRACAP e FUNAI. Queremos saber onde está o KORUBO? Queremos sua APARIÇAO com VIDA!! JÁ BASTA DE GENOÍCÍDIO E IMPUNIDADE!! São 509 anos de injustiças e perseguições contra nós e nossos antepassados!! Onde está KORUBO?

A comunidade indígena Tapuya do Santuário Sagrado dos Pajés apresentou também denúncia para *Associação Brasileira de Antropologia (ABA)* contra a atuação de certos profissionais da antropologia (Nadja Havt Bindá, Juliana Gonçalves de Melo, Artur Nobre Mendes, Maria Auxiliadora Sá Leão e Juliana Burger Sotto-Maior) que agiram contra o *Código de Ética do Antropólogo* normatizado pela ABA que em seu *Artigo* 3 alíneas 2 e 3* que dizem: *"2. Na elaboração do trabalho, não omitir informações relevantes", "3. Realizar o trabalho dentro dos cânones de objetividade e rigor inerentes à prática científica".*

Cabe salientar que esses profissionais da antropologia, que chamamos profissionais da "Antropologia Colonialista e Racista", tem responsabilidade direta e conivência com muitos atropelos legais e crimes de genocídio, etnocídio, deixando a expansão do desenvolvimentismo irracional arrasar as terras, o meio ambiente, os indígenas, sua cultura, e práticas religiosas, espirituais de nossos povos indígenas. Sem a posse das terras como iremos nós desenvolver nossas tradições? . Ou melhor o Terrorismo da TERRACAP e IBAMA, o Genocídio de Gabinete da FUNAI e da "Antropologia" Colonialista nos obriga moralmente a inverter o questionamento: Qual é a tradição deles? qual é verdadeira tradição dos projetos de desenvolvimento e "civilização": genocídios, racismo, violência, segregação, ilegalidade, injustiça social, miséria, desastre ambiental, mentira, ignorância, exclusão. Depois que tornados, furacões, tempestades, secas, falta de água, violência urbana, agrotóxicos, contaminações, violência social a custa do sofrimento e humilhação das maiorias "minorizadas" pelo processo de segregação social, étnica e econômica.

Essa Antropologia de cunho racista mancha a imagem daqueles profissionais que durante a *Constituinte de 1987* lutaram conjuntamente com os movimentos indígenas e movimentos sociais no processo de reconhecimento e consolidação dos *direitos indígenas* (presentes no Artigo 231 da Constituição), do *direito à diferença*, do *direito à livre manifestação da identidade étnica e indígena* perseguida e caçada sistematicamente há 509 anos.

A antropologia colonialista mancha a imagem da disciplina que tem como critério o reconhecimento e o respeito pela diferença e a afirmação dos direitos decorrentes dessa diferença por reconhecer o princípio da diversidade cultural e humana e o da pluralidade e denegar todo ato de governo, Estado ou terceiros que vise impor um tipo hegemônico como autoritarismo étnico, cultural e político. Disciplina que concebe conhecer o Outro na totalidade de sua manifestação para respeitá-lo e não para favorecer a sua negação, a sua aniquilação, a sua perseguição, a sua dominação, o seu descarte. A antropologia construída junto com a ABA e diariamente nos cursos de ciências sociais foi concebida com base no compromisso ético de garantir os direitos históricos à terra por nós indígenas, já num processo de total espoliação fundiária pela colonização do país, e romper e combater o silêncio da violência contra os povos indígenas do Brasil.

Esses profissionais dão um péssimo exemplo aos futuros profissionais da área ao afiançar burocraticamente tanta violência institucionalizada contras as culturas, as vidas, o meio ambiente e as terras indígenas; na verdade trata-se de conivência e participação na *perversidade* praticada e autorizada por políticos e servidores infames atentos às própria barrigas e aos próprios bolsos.

Ao cinismo de tratores, manipulações antropológicas e administrativas, licenças ambientais ilegais, manipulação dos meios de comunicação (CORREIO BRASILIENSE, GLOBO) e ao fingimento de não saber o que está acontecendo, a verdade persiste em aparecer no caos social e urbano, nos desastres ambientais provocados por ignorância, na guerra da criminalidade nas grandes cidades, nos níveis irrisórios dos indicadores sociais, econômicos e humanos, na concentração de terras e renda recentemente divulgados e rapidamente acobertados com festas de olimpíadas, copa, novelas, em suma alienação social programada pela "tradição", "usos" e "costumes" daqueles que governam o país há 509 anos.

Isso revela, sim, a verdadeira face da tradição e cosmovisão do Estado Mafiocrático de "Direito" administrado para cassar e perseguir aos povos e comunidades no Brasil, sem distinção de etnia ou cultura, e sua "ilustrada sabedoria" de acadêmicos, togados, agentes econômicos, empreendedores e servidores públicos: barbárie, estupidez, ignorância e intolerância desenfreadas, saques, roubos, injustiças e desmandos de toda ordem. Onde está o *Direito* e a *Justiça* onde afaga a mão ?invisível? e ?inevitável? da mafiocracia, cheio de notas, (será que é tão inevitável e invisível assim? Ou será que a cumplicidade ativa e passiva chega a cegar?). O que dizem eles aos seus filhos e filhas como pais e mães de família?

Se na cultura do branco, *tradicionalmente de acordo com os usos, hábitos e costumes da cultura dominante no Brasil*, o dinheiro corrompe, lembramos também que o a impotência, o consentir, o cruzar os braços, o não ter tempo, o assistir passivamente, o não agir e seguir levando a vida repetindo o mesmo modelo também faz parte da corrupção e do sistema, também corrompe o espírito e a consciência, o senso de justiça e a ética.

A violação da Constituição Federal (Artigo 231), da Convenção 169 da OIT sobre os povos indígenas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de setembro de 2007 que garante os direitos à terras, a cultura, a as práticas espirituais e os direitos humanos de nós povos indígenas estão flagrantemente violados na Capital da República do Brasil, Brasília!

Exigimos já a EXONERAÇAO do Presidente da FUNAI SR. MÁRCIO MEIRA AUGUSTO DE FREITAS pela responsabilidade direta nos muitos crimes contra os direitos humanos dos povos indígenas e por favorecer e participar direta ou indiretamente na violação da Constituição Federal, acordo e tratado cumprido com nós povos indígenas em 1988, da Carta da Declaração da ONU sobre os Direitos Humanos Indígenas e principalmente da CONVENÇAO 169 da OIT ratificado pelo Congresso Nacional e promulgado pela Presidência da República, que garante entre outros direitos a participação indígena na tomada de decisões sobre empreendimentos em terras indígenas.

Invocamos o direito à resistência assegurada no Direito Internacional contra os atuais Atos do Estado Brasileiro ou de grupos que suprimam os DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS!!

Convocamos todas e todos a lutarem conosco por cada milímetro de nossa Mãe Terra, de nosso sagrado e amado cerrado tapuya para as próximas gerações. Que venham todos juntos conosco os que se cansaram de tanta mentira: indígenas, mulheres, estudantes, crianças, homens de todas as etnias, culturas e crenças e todos os movimentos indígenas (ARPINSUL, APOIME, ARPIB, e outros), sindicatos e associações de profissionais, centrais sindicais, todos os movimentos sociais para a exigir a imediata demarcação de Terra Indígena Bananal Santuário Sagrado dos Pajés, em BRASÍLIA, e exigir a imediata paralisação do terrorismo organizado pelos responsáveis do Estado (TERRACAP, FUNAI E IBAMA) e o cumprimento de nossos direitos JÁ!! Queremos um Brasil de todas as autonomias: indígenas, étnicas, sociais, culturais, econômicas, espirituais e ambientais; um Brasil de todas as liberdades fora do mercado das máfias, da estupidez, das intolerâncias, das agressões aos direitos e à vida, fora do chamado "Brasil: país de todas as Mentiras!"

!!COM MÁRIO JURUNA DIZEMOS NOSSO DOCUMENTO É A TRADIÇÃO!!

*!!O Santuário dos Pajés Não Se Move!!*

*!!Basta de Criminosos e Assassinos do Povo Indígena!!*

*!!Fora Márcio Meira!!*

*!!TERRACAP E IBAMA: CRIMINOSOS AMBIENTALISTAS!!*

*!!Setor Noroeste é Ilegal!!*

*!!Resista Brasília!! 50 anos de estupidez e segregação social e ambiental!!*

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Santuário dos pájés!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

segunda-feira, 30 de março de 2009

Atentado criminoso na Terra Indígena Bananal.

Mais um atentado criminoso na Terra Indígena Bananal Brasília DF, hoje atearam fogo na casa de um indígena Fulni-ô, destruindo toda a sua casa, artesanato, documentos e toda uma memória.
Foi avistado viaturas da polícia próximo ao local, mas ainda não sabemos quem foi o responsável pelo fogo.Ano passado foi destruída outra casa de um indígena, parece que não há limites para os empresários e o GDF.
Brasília é uma terra sem lei!
Maisa tarde envio as fotos,
por favor denunciem
O silêncio só ajuda a perpetuar a opressão!
Abs
Rafa Kaaos

sábado, 21 de março de 2009

MPF/DF recomenda suspensão da licença prévia para construção do Noroeste


O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) recomendou ao Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) que suspenda imediatamente os efeitos da licença prévia para construção do Setor Habitacional Noroeste, emitida em maio de 2007. O MPF sustenta que a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) não cumpriu a condicionante - imposta pelo próprio Ibama para o licenciamento da área - que exigia a solução da questão fundiária relativa à comunidade indígena do Bananal, que vive no local há mais de 30 anos. Também foi enviada recomendação à Fundação Nacional do Índio (Funai), para que constitua, imediatamente, grupo de trabalho técnico para concluir os estudos de identificação, delimitação e demarcação da área ocupada pelos índios.

Na íntegra da recomendação a Procuradora da República Luciana Loureiro de Oliveira considera o Relatório de Levantamento Prévio feito pela antropóloga Stella Ribeiro da Matta Machado, por solicitação da FUNAI (processo nº 1230/2003), o qual teve suas conclusões corroboradas por estudos de outros técnicos, a exemplo do Antropólogo da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, Marco Paulo Fróes Schettino, da Antropóloga da FUNAI, Andréia Luiza Leandro Barbosa Magalhães, e do Geógrafo Marcelo Gonçalves Oliveira e Silva, todos apontando para a necessidade de se aprofundar a apuração da tradicionalidade da ocupação indígena na Capital Federal.

Cabe ressaltar que tal recomendação do Ministério Público é o primeiro comunicado oficial que aponta as irregularidades do processo de licenciamento da área, apesar das inúmeras denúncias feitas em diversas instâncias ao longo dos últimos dois anos (no dia 20/03/2008 foi feito um ato na porta do IBAMA/DF pedindo o cancelamento da licença). Sabemos também que a TERRACAP anunciou publicamente que têm um equipe de advogados que está 24 horas de plantão para derrubar qualquer impedimento judicial à continuidade de seus interesses, ou seja, até mesmo a TERRACAP sabe que seu projeto é legalmente questionável. A próxima licitação da área está marcada para o dia 26 de março, convidamos todas as pessoas de bem a comparecerem nesse dia as 9:30hs para manifestarem-se contra a venda da área. Está semana uma comissão da Fundação William J. Clinton (pertencente ao ex-presidente Bill Clinton) está em Brasília para conhecer o projeto, o que demonstra que o maior projeto de especulação imobiliária da capital federal, cinicamente chamado de "Ecovila", está extrapolando as fronteiras nacionais.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Noroe$te não é verde!

Noroe$te se torna verde apenas na sua compra por

O mercado , o Cassino e a Bolsa da Bruxa.

O lançamento do Setor Faroe$ste-A demonstração de um Estado militarizado.

Hoje champagne, caviar e um cardápio de quitutes de enorme charme e hipocrisia marcaram o lançamento no Distrito Federal do intitulado Setor Noroeste, obra bilionária do Governo local. O atual governador Arrruda e vice-governador Paulo Octávio (ambos DEM), figuras políticas de trânsito fácil entre os mais gabaritados ou pelo menos renomados caciques políticos nacionais, exaltaram ufanisticamente o pretenso primeiro bairro ecológico do país.

Brasília, celeiro exemplar das maiores atrocidades contra a humanidade, vitrine da morte de trabalhadores da Pacheco Fernandes, do assassinato brutal do indígena Galdino Pataxó, fantasmas que se repetem continuamente na história sangrenta da ocupação e expansão urbana, da virulenta especulação imobiliária que transformou essa terra num enorme Gulag da modernidade. Milhares de pessoas foram arremessadas de lugares inauditos, para as benesses da construção de áreas nobres da capital federal, onde a nobreza e a realeza de seus condomínios de luxo, da altura de suas varandas podem gritar estufando suas panças Brasília Übber Alles! o slogan do El Duce, Benito Mussolini "Nada fora do Estado, acima do Estado, contra o Estado" soa e reverbera sorrateiramente, ardilosamente nas falas falso cordiais, civilizadas e asquerosamente verdes do Setor Noroeste, com as mãos sujas de sangue e cívicas evoquemos a nossa moderna democracia.

Outrora Maria Antonieta se questionava sobre a situação de alguns miseráveis franceses, dizia "se não há pão por que não comem brioches". Figura histórica expoente da alienação de uma casta de pessoas que vivem numa estranha realidade, indiferentes, arrogantes, tal prepotência carnificada nas feições não somente de dominadores mas paradoxalmente em pessoas dominadas. Senti perplexidade num certo momento ao observar faixas de moradores da Estrutural, espaço do maior Lixão da capital, apoiando a construção do conjunto residencial Noroeste. Para quem não sabe, esse local não diferente de outros lugares de Brasília tem um complexo histórico de luta por moradia, algumas obras de infra-estrutura foram feitas recentemente com empréstimos do BID, menos por concessão do governo mas por critérios que favorecem a especulação imobiliária. Além disso, a Estrutural está localizada perto do Plano Piloto, isso representa área rentável para investimentos de empresas. Algumas obras já foram iniciadas como a derrubada de várias casas, famílias foram deixados em condição de miséria em barracões, lotes foram prometidos, escolas criadas, o Lixão vai ser destruído mas não em respeito à dignidade humana tão carecida, o resultado do uso e descarte de nossa sociedade voraz de consumo, ainda suga dinheiro da miséria e degradação do ser humano, em tal localidade repleto de urubus, doenças e crianças trabalhando por alguma renda, Deus morreu! o lixo e luxo de nossa civilização tão perto, se não há pão como afirmava Maria Antonieta ainda há circo.

Arruda se prolifera como erva daninha pela capital federal, a cidade-empresa é um lucrativo cassino para a bolsa de valores,uma bruxa solta pelos quatro cantos do mundo, cuja faceta a do mercado imobiliário, incorporadas em pessoas da alta nobreza ávidas por apartamentos no metro quadrado mais caro do país enfrentamos esse dia.Ressucitando inúmeras vezes JK para se perfilar, Arruda como estadista medíocre mas esperto em se armar empresarialmente utiliza todos os artifícios da propaganda e marketing, a imagem fala mais do que as pessoas. Somos hipnotizados pelo bombardeamento, uma blitzkrieg rápida de ataque mental, que quase nos convence a apoia-lo no momento de lapsos de senso crítico. Ele então bravateava algo como, "quem não nos apóia agora ainda vai nos apoiar!" Senti cheiro de enxofre nas suas primeiras baforadas, uma multidão excitada passou então a tietá-lo, forças policiais se puseram ao nosso redor, ouvia-se "Noroeste sim"! Animado pela ovação pública, incitava a população contra os/as manifestantes, população que respondia aos gritos o discurso do El Duce Arruda, fazendo ameaças a nós, com olhares feios e fechados tentaram nos intimidar. Lembrei do personagem do Dr. Stockman, do "Inimigo do Povo" de Henrik Ibsen que ao tentar alertar aos concidadãos de sua cidade numa assembléia pública sobre os perigos do projeto do governo local em utilizar as águas poluídas do balneário como ponto turístico, foi vaiado, sua casa depredada, sua família foi expulsa pelas pessoas que ele ousou defender. Esse fato presenciado e que relato hoje pela minha ótica singular, multiplica-se exponencialmente no curso da história, e remete a uma nítida atmosfera de medo e alienação característicos de regimes totalitários.

Foram vários tempos históricos transcorridos em algumas horas, vários dispositivos de dominação acionados e engatilhados para pulverizar qualquer manifestação pública contrária aos monólogos governamentais. Escutamos gritos de "Comunistas", "vão pra Cuba", parece que o Macarthismo foi reeditado no Planalto Central,a patrulha pró Noroeste desfilava de forma imponente e aplaudia a cruzada sagrada contra os/as indígenas. Voltamos então aos anos de 1500 a chegada e invasão de Pedro Álvares Cabral, esses mecanismos que parecem tão joviais e sofisticados, "o primeiro bairro ecológico do país", foram às caravelas de outrora, foi Hernan Cortes e Francisco Pizarro, foi à marcha para o Oeste norte americano, a prata explorada de Potosí,o ouro roubado de Ouro Preto, o continente africano explorado, o tráfico negreiro, o estupro da Mãe Terra, terra a vista ou a longo prazo, agora batizado de Setor Noroeste.

Rafa Kaaos