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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Economia insustentável.




Desmate melhora economia, mas não eleva índices sociais

Cruzamento realizado pela Folha entre dados de desmatamento da Amazônia Legal e o Índice de Desenvolvimento Municipal, revela que áreas desmatadas apresentam menor avanço social, enquanto a economia local evolui, informa reportagem de Eduardo Scolese.
Os 50 municípios da Amazônia Legal que mais desmataram em extensão entre 2000 e 2006, por exemplo, avançaram nos índices de emprego e renda 35% acima da média regional. Já no indicador de saúde, os mesmos municípios cresceram 63% abaixo da média da Amazônia Legal.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o desmatamento concentra renda e gera empregos de forma passageira. Para eles,a oferta de emprego atrai trabalhadores migrantes e, por essa razão, afeta negativamente os sistemas de saúde e educação.
Os dados de desmatamento são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e o Índice de Desenvolvimento Municipal é da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Série sobre a Terra do Meio

Confira abaixo uma série de reportagens sobre a Terra do Meio, área localizada no coração da floresta amazônia no Pará. Realizado pelos jornalistas Macelo Canellas e Luís Quilião para o Bom Dia Brasil, este é um dos melhores trabalhos josnalísticos feitos sobre a região que na maioria das vezes é ignorada ou tratada com superficialidade pela mídia nacional.

Esta série nos ajuda a conhecer um pouco mais sobre o que acontece longe dos centros urbanos e do litoral. O especial aborda de forma clara e emocionante o sofrimento de brasileiros anônimos que vivem numa terra sem lei e abandonada pelo Estado.

Assista abaixo cada um dos episódios e ajude a divulgá-los:





quarta-feira, 4 de março de 2009

A questão do transporte em Brazlândia!

A cidade de Brazlândia e uma das mais a afastadas do DF e por isso sofre com graves problemas no seu sistema de transporte, ônibus lotados,sucateados, passagens abusivas.Os problemas são vários,no entanto e necessário se pensar alternativas que possam melhorar este sistema.A população precisa se mobilizar e reivindicar a melhoria.Por muitos anos somos reféns deste sistema que não atende nossas necessidades e um sistema excludente,pois existe um toque de recolher nas satélites quem não pega o ultimo da meia noite fica “empenhado” dependo do corujão isso quando este não quebra,os ônibus não são suficientes para a demanda da cidade por isso se faz urgente um estudo para que se melhore o sistema,a frota tem de ser trocada toda e não apenas parcialmente,a população do assentamento sofre pois as linhas não entram,as pessoas da zona rural sofrem com a escassez de horários.A lógica deste sistema visa apenas o lucro e não o bem estar da população,a Amiver possui processos contra a Viplan a nossa carrasca pois a muito sofremos com esta empresa.Agir esta e a palavra no DF vem sendo organizado um movimento que no qual vários grupos estão participando, pela melhoria dos transportes,para que este seja mais humano,não temos acesso a espetáculos culturais,a serviços e tantos outros.
A população movimentos e associações precisam se juntar e lutar pois nada na vida nada e de graça,sem luta e mobilização não vai.

Por um transporte mais humano!
Por uma cidade mais nossa!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Brazlândia: média salarial abaixo do mínimo...

Trabalhadores de quatro cidades do DF ganham abaixo do salário mínimo

Na cidade com maior renda per capita do país, os moradores de quatro regiões administrativas têm rendimento médio abaixo do salário mínimo. Os trabalhadores de Paranoá, Recanto das Emas, Santa Maria e Brazlândia ganham salários que não chegam ao valor mínimo previsto pela Constituição Federal para suprir as necessidades básicas do brasileiro. Na outra ponta, cada pessoa do Lago Sul em idade ativa ganha, em média, o equivalente a 7,4 salários mínimos, ou R$ 3 mil. Nas asas Sul e Norte a renda chega a sete salários, e no Lago Norte, a seis. O levantamento faz parte de um estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), levantada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O diagnóstico da diferença de renda e dos setores de atuação e as projeções do que mudaria com reajustes salariais nas camadas mais pobres encerra uma série de matérias publicadas pelo Correio há quatro semanas com o objetivo de apresentar uma radiografia do nível de desigualdade registrado na capital federal. Quando se considera apenas o rendimento oriundo do trabalho, o Distrito Federal é palco da pior distribuição do país. Levando em consideração toda a renda, a unidade da federação aparece em segundo lugar no ranking, atrás apenas do Piauí. “Brasília tem um mercado de trabalho singular. De um lado os funcionários do setor público, com alta escolaridade e altos salários, que puxam a média para cima. Do outro lado, os trabalhadores menos qualificados que migram para Brasília em busca de melhores condições de vida. O fluxo migratório é constante e já ocorre há muitos anos e ele ajuda a agravar o nível de desigualdade”, afirma o professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Alberto Ramos.

Nascimento
Muitas das cidades do DF foram criadas para atender as necessidades das regiões próximas. Um exemplo é o caso do Paranoá, afirma o coordenador do estudo, o técnico do Dieese, Antônio Ibarra. “A cidade foi surgindo para abrigar as pessoas que queriam trabalhar nas casas do Lago Sul. Por isso a renda é tão baixa. A maior parte dos moradores são empregados domésticos e trabalhadores da construção civil”, afirma. A renda média de cada trabalhador da região é de apenas 80% do salário mínimo, ou seja, R$ 332. Com vizinhos ganhando tão pouco fica difícil para a autônoma Maria Rejane da Silva, de 47 anos, ter um bom desempenho nos seus negócios. Há cinco anos ela abriu uma espécie de lanchonete na porta de sua casa para vender lanches, doces e balas. O negócio não lhe garante um salário mínimo todos os meses, apenas em alguns deles. Nos últimos dias o desempenho está ainda pior, segundo ela. “Desde o fim de setembro as vendas pioraram. As pessoas estão sem dinheiro e pelo que estou vendo na televisão ainda vai piorar mais”, afirma, se referindo à crise financeira internacional e suas conseqüências na economia real.

A situação econômica da região é tão difícil que Rejane não consegue emplacar um outro projeto que pensou para elevar sua renda. Há um mês ela começou a vender marmitas, mas o negócio só funciona aos domingos. Isso porque, de segunda a sexta-feira ela enfrenta a concorrência do restaurante comunitário que serve refeições a R$ 1. “Decidi vender marmitas porque o dinheiro não estava dando para nada. Vendo só nos domingos porque acho que as pessoas não vão querer pagar R$ 4 se podem pagar só R$ 1”, conta. Em suas contas mensais, entram as contas de água, luz, telefone e de comida para alimentar ainda os dois filhos que dividem com ela a casa de cinco cômodos. Apenas um dos filhos trabalha, fazendo bicos de ajudante de pedreiro.

Prioridade
Além do Paranoá, os moradores do Recanto das Emas também vivem com apenas R$ 332 por trabalhador. Em Santa Maria e em Brazlândia, a renda média sobe para R$ 373,50. Os recursos mal dão para comprar comida. Segundo dados do Dieese, a cesta básica brasiliense, que reúne 13 alimentos considerados essenciais, vale R$ 221. Para essas pessoas, a prioridade realmente é comer, como analisa o especialista em finanças pessoais, o economista Marcos Crivelaro. “O foco dessas pessoas é conseguir comer. E para garantir que o dinheiro dará para alimentar os filhos, têm que abrir mão de muitos itens e comer só o essencial. Raramente conseguem fazer mais de duas refeições num dia”, afirma.

Quando eleva um pouco a renda, segundo ele, as pessoas podem começar a consumir. E foi este o movimento sentido pela economia brasileira nos últimos meses, que levou a baixa renda a se endividar para comprar bens financiados em longos prazos. Vivem nessa situação, com salários pouco acima do salário mínimo, os moradores de Planaltina, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo e Candangolândia, que ganham menos de um salário mínimo e meio. “Seduzidos pela indústria do consumo, as pessoas comem e o resto gastam para comprar bens. Há essa cultura de que se a prestação cabe no orçamento, então deve comprar o produto. É este pensamento que leva pessoas que mal têm o que comer a comprarem um celular”, completa Crivelaro. No DF há mais de um aparelho celular por habitante, segundo estatísticas do setor.

O MAPA DA RENDA
A diferença de renda entre os moradores do Distrito Federal

Região administrativa - Renda média per capita por mês (em salários mínimos)

Brasília 7,0
Gama 1,6
Taguatinga 2,4
Brazlândia 0,9
Sobradinho 2,2
Planaltina 1,1
Paranoá 0,8
Núcleo Bandeirante 3,0
Ceilândia 1,2
Guará 3,5
Cruzeiro 5,8
Samambaia 1,2
Santa Maria 0,9
São Sebastião 1,6
Recanto das Emas 0,8
Lago Sul 7,4
Riacho Fundo 1,2
Lago Norte 6,0
Candangolândia 1,3
Total 2,2

EFEITO IMEDIATO
Nas cidades mais pobres do DF, qualquer reajuste salarial tem impacto na variação da renda da cidade. Quanto aumentaria o volume de recursos que circula na cidade se os salários aumentassem

Valor do incremento no salário mensal R$ 5 R$ 20 R$ 50 R$ 100
Brazlândia 1,3% 5,2% 13,1% 26,2%
Paranoá 1,5% 6,1% 15,3% 30,6%
Ceilândia 1,0% 4,2% 10,4% 20,8%
Samambaia 1,0% 4,1% 10,3% 20,6%
Santa Maria 1,4% 5,7% 14,4% 28,7%
São Sebastião 0,8% 3,3% 8,2% 16,3%
Recanto das Emas 1,7% 6,6% 16,6% 33,1%

Fonte: estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base em dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego.

Mariana Flores- Correio Braziliense