Mostrando postagens com marcador agroecologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador agroecologia. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de maio de 2011

Código Florestal e a ineficiência do agronegócio


Por Gerson Teixeira 
Às vésperas da provável aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Substitutivo Aldo Rebelo ao PL que altera o Código Florestal, todas as complexas dimensões da matéria foram mais ou menos abordadas nos debates do tema processados nos últimos meses. No entanto, as ponderações mais importantes da comunidade científica, amplificadas por políticos, lideranças da sociedade civil e ambientalistas, sobre os potenciais danos socioambientais da propositura, dificilmente serão observadas no texto da futura Lei.
Está claro que na perspectiva dos interesses seccionais do agronegócio, os objetivos essenciais para a aprovação do texto do Substitutivo na versão que circulou até a semana passada, envolvem: (i) o resgate da regularidade ambiental, por meio da anistia de multas e do rebaixamento dos compromissos com a recuperação de passivos ambientais, especialmente em RL e APP; e (ii) a liberação de áreas para a expansão das suas atividades através da institucionalização das chamadas “áreas consolidadas” e da precarização da legislação ambiental, via a sua descentralização.
No plano da prática política dos ruralistas, essas demandas replicam, na temática ambiental, as estratégias políticas exitosas consagradas nas sistemáticas ações pelo alongamento, repactuação e remissão de dívidas no crédito rural.
Contudo, se no caso do endividamento os ruralistas sempre enfrentaram (com êxito), resistências políticas por conta dos desdobramentos fiscais dessas medidas, os propósitos de relaxamento dos passivos e da legislação ambiental, encontram receptividade, ainda que tácita, em parcela razoável da sociedade e do governo.
Isto porque, os pesados ônus políticos e ambientais de tais concessões são relativizados ante as projeções dos substantivos „ganhos econômicos‟ para o país com a forte inserção do agronegócio brasileiro em um mercado internacional progressivamente mais atrativo para as commodities agrícolas.
Por essa razão (entre outras), os ruralistas demandam a aprovação da proposta Aldo para disponibilizar mais áreas para a atividade agrícola, e assim libertar a atividade do suposto engessamento institucional atual para a viabilização do potencial produtivo da agricultura brasileira.
Na realidade, trata-se de discurso oportunista na busca de „saída fácil‟ para as insuficiências estruturais da base primária do agronegócio.
Afora a confortável posição do Brasil em termos de disponibilidade de áreas agricultáveis (não exploradas ou ineficientemente exploradas), a realidade mostra que o grande óbice aos objetivos produtivistas da atividade agrícola no Brasil está associado aos discretos índices de produtividade dos seus principais produtos no plano mundial.
Uma eventual aproximação dos níveis de produtividade desses produtos aos verificados nos países de primeira linha possibilitariam o crescimento exponencial da produção agrícola brasileira, sem a necessidade de concessões descabidas e de mutilações das normas ambientais em vigor.
Os dados da FAO, referentes ao ano de 2009 confirmam essa realidade para produtos estratégicos do agronegócio, desautorizando, portanto, as pregações acerca da excelência dos padrões técnicos do agronegócio brasileiro.
No caso do arroz, a produtividade média do produto no Brasil, de 4.365 Kg/Ha, coloca o país em 37ª posição no ranking mundial, atrás de países como El Salvador, Peru, Somália, Ruanda, etc..
A produtividade média do milho no Brasil é ainda mais irrelevante em termos globais. Ocupamos a 64ª posição mundial com produtividade média de 3.7148 Kg/Ha.
No trigo, a insignificância dos níveis médios da produtividade do produto no Brasil assume proporções vergonhosas. Com 2.200 Kg/Ha, o Brasil está situado na 72ª posição.
Mesmo na soja, o produto carro-chefe do agronegócio exportador brasileiro, a produtividade média, de 2.636 Kg/Ha, coloca o país na 9ª posição no ranking mundial.
Na média de todos os cereais, a produtividade no Brasil em 2009, foi de 3.526 Kg/Ha, o que colocou o país no 56º posto em termos globais.
Na pecuária de corte, afora a sofrível relação UA/área, o nosso índice médio de produtividade, expresso em peso da carcaça, de 220 Kg/Animal, posiciona o país na 48ª colocação em todo o mundo.
É óbvio que os níveis da produtividade são fruto da interação de muitas variáveis. Em cima desse fato, poderia haver a alegação de que diferenças de fertilidade ou outras condições justificariam tal desempenho do agronegócio brasileiro vis a vis os países que lideram os níveis de produtividade.
Não obstante as nossas inegáveis potencialidades naturais para a atividade agrícola, essa argumentação perde substância diante dos gastos desproporcionais do país com fertilizantes e agrotóxicos. Em tese, a utilização superintensiva desses produtos contrarrestaria os fatores, na esfera natural, que propiciariam a outros países maiores desempenho em produtividade.
De acordo com o IFA - International Fertilizer Industry Association, o Brasil é o 4º maior consumidor de fertilizantes em todo o mundo, atrás, apenas, da China, Índia e Estados Unidos. Observe-se que, por exemplo, a área com cereais na China é 4.4 vezes superior á do Brasil; nos EUA, é 3 vezes maior; e, na Índia, 4.8 vezes superior que a área com cereais no Brasil.
Quanto aos agrotóxicos, desde 2009 nos transformamos nos maiores consumidores mundiais desses produtos conforme estudo encomendado pela ANDEF – Associação Nacional de Defesa Vegetal.
Corroborando essa posição, os dados da FAO (FAOSTAT), atestam que a partir de 2007 nos transformamos no principal país importador de agrotóxicos.
Naquele ano, importamos US$ 282 milhões em inseticidas (incremento de 217% sobre o ano de 2000); com o Vietnã em segundo lugar, com importações de US$ 150.2 milhões.
Em fungicidas, importamos US$ 242 milhões (incremento de 473% sobre as importações de 2000), contra US$ 140 milhões da China, segundo maior importador. Os dispêndios com importações de herbicidas somaram US$ 276 milhões (incremento de 139% sobre o ano de 2000). A Ucrânia, em segundo lugar, importou US$ 171.4 milhões.
Em suma, esses dados mostram que, dominantemente, a agricultura braseira ainda não completou a modernização conservadora, daí os níveis relativamente medíocres da produtividade. Ou seja, ainda estamos no curso de uma “revolução verde” tardia. Não é à toa que, diversamente da maior parte dos países com tradição agrícola, somente na primeira década deste século os índices de produção líquida per capita de alimentos no Brasil passaram a ser positivos, i.e, a taxa de crescimento da produção passou a suplantar a taxa de incremento populacional.
Significa que mesmo nos marcos da ciência agronômica que fornece o substrato técnico do modelo produtivista, o Brasil não incorporou as mais modernas inovações produtivas e de gestão.
A eloqüência dos discursos dos ruralistas sobre a excelência produtivista do agronegócio encontra-se bem a frente dos indicadores reais da atividade. Estivessem esses indicadores, compatíveis com os discursos, o Brasil já teria multiplicado a sua produção agropecuária sem a necessidade de precarizar ou afrouxar as normas ambientais em prejuízo do futuro do próprio país.
Enfim, essa alegação para a alteração do Código Florestal não passa de uma confissão da própria incompetência. Reafirma o descompromisso natural de grande parte dos ruralistas com qualquer coisa que ultrapassa o mata-burro da fazenda.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Quer participar da Campanha Permanente contra o Uso dos Agrotóxicos e pela Vida?


1)   O que é a Campanha?

O casamento do capital financeiro com o latifúndio gerou o que chamam de "moderno" agronegócio. A lógica de exploração da terra – grandes extensões, monocultura, produção basicamente de grãos para exportação, mecanização e pagamento de baixos salários – necessita ainda de um ingrediente venenoso: mais de um bilhão de litros de agrotóxicos despejados na lavoura no Brasil, só em 2009. Isso significa que cada brasileiro consome cerca de 5,2 litros de venenos por ano, dissolvidos nos alimentos e na água contaminados.

O impacto desses produtos sobre a saúde humana, tanto de quem os maneja diretamente (trabalhadores rurais), como das comunidades e dos consumidores, é grande, inclusive com registros de inúmeros casos de problemas neurológicos, má formação fetal, câncer e até mortes.

Em 2009, o Brasil se tornou o maior consumidor do produto no mundo. O uso exagerado de agrotóxicos é o retrato do agronegócio: apesar de todo seu dito "avanço tecnológico", não conseguiu criar um modelo de produção e técnicas agrícolas que garantam a produção de alimentos saudáveis para a população.

O agronegócio expulsa os camponeses do campo, destrói a terra, enche suas grandes extensões de máquinas e venenos, paga mal seus poucos trabalhadores e para quê? Para vender commodities (basicamente soja e cana) para outros países. Correram para aprovar transgênicos – mesmo que seus potenciais danos à saúde ainda não tenham sido comprovados – querem de qualquer jeito flexibilizar o Código Florestal, para poderem desmatar mais sem ter que prestar contas por isso. Enfim, querem fazer do Brasil uma grande colônia de exploração, um quintal das transnacionais.

Por isso diversas entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, sindicatos, entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores lançaram a "Campanha Permanente contra o Uso dos Agrotóxicos e pela Vida".

A campanha pretende abrir um debate com a população sobre os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades, a contaminação dos solos e das águas e denunciar a falta de fiscalização do uso, consumo e venda de venenos agrícolas.

A campanha prevê a realização de atividades em todo o país. Cursos, seminários, Palestras, Audiências Públicas, Panfletagens, Atos de rua, etc. Diversos materiais (cartazes, panfletos, adesivos, cartilhas de formação, vídeo documentário) estão sendo produzidos. E caberá a nós o trabalho militante para expandirmos essas idéias na sociedade.


2)   Como posso receber as notícias da Campanha no DF?

Criamos um “Mailing” para envio de notícias da Campanha. Através do e-mail informamos sobre atividades da campanha e distribuímos informativos sobre o tema. Para fazer parte do “Mailing” basta nos informar sua vontade em receber informes da Campanha através docontraagrotoxicosdf@gmail.com.

Criamos também um blog da campanha no DF http://contraagrotoxicosdf.wordpress.com/. Através dele você poderá acompanhar as atividades e textos. Sugerimos colocar o endereço da página nos Favoritos. Fica mais fácil a visualização cotidiana.


3)   Como faço para ter acesso aos materiais da campanha?

Já temos em Brasília Cartazes , Adesivos e Panfletos. Se você quiser distribuí-los e/ou afixá-los em sua escola, sindicato, universidade, comunidade, associação, etc. basta entrar em contato conosco através do contraagrotoxicosdf@gmail.com e teremos prazer em combinar contigo a melhor forma de entregá-los. Todos os materiais da campanha são gratuitos.

Em breve teremos em mãos o Vídeo-Documentário da Campanha, confeccionado pelo renomado cineasta brasileiro Silvio Tendler. Parceiro em nossa luta. O vídeo é destinado à reprodução ampla e será utilizado para debates e oficinas nos mais variados locais. Caso tenha interesse em adquiri-lo entre em contato conosco, através do e-mail, e faz sua encomenda.


4)   Como posso promover um debate na minha escola, igreja, sindicato, universidade, comunidade ou associação?

Temos um cadastro de professores e militantes sociais que estudam o tema e se dispuseram a acompanhar as atividades promovidas no DF e Entorno. Assim, caso queira realizar um debate sobre Agrotóxicos e/ou Meio Ambiente na sua escola, igreja, sindicato, universidade, comunidade ou associação, etc. poderemos indicar-lhes nomes, além da ajudarmos na construção conjunta da grade. Os palestrantes não cobrarão pela palestra ministrada.


5)   Qual a próxima atividade ampliada da Campanha no DF?

No dia 07 de abril de 2011, mais de 02 mil pessoas fizeram um ato em Brasília para denunciar a responsabilidade do agronegócio pelo uso abusivo de agrotóxicos no país e por tentar impor ao Brasil um novo Código Florestal, que incentiva o desmatamento.

Como continuidade das atividades amplas da Campanha Contra o Uso de Agrotóxicos, realizaremos no mês de Agosto/Setembro no DF um Curso de Formação de Formadores. O curso terá como conteúdos: o que é o agrotóxico; conseqüências do seu uso; empresas que controlam o mercado; legislação brasileira sobre o tema; relação transgênico/agrotóxicos; tolerância residual e carência; agroecologia (produção); incremento no consumo de orgânicos e agroecológicos.

Inicialmente serão oferecidas 100 vagas. O curso é gratuito.

O curso ainda está em construção, e em breve disponibilizaremos mais informações.


As iniciativas propostas neste texto são apenas para o DF e ENTORNO. Para construir a campanha em outros estados, entrar em contato com a secretaria nacional: (11) 7181-9737 oucontraosagrotoxicos@gmail.com.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Dia do Trabalhador e a Cultura Agroecológica


Onde: Instituto Federal de Brasília/campus Planaltina (ex-Colégio Agrícola) - Rodovia DF-128, Km. 21
Quando: 1o de maio (domingo), 8h-17h
Como chegar: Carona solidária (um pouco antes de Planaltina-DF pela BR-020, ao avistar a cidade, haverá a placa pro Instituto Federal, à direita; segue até o balão e vira mais uma vez à direita) ou ônibus pro Arapoangas ou Vale do Amanhecer vindo do eixinho (pedir para descer no balão do Colégio Agrícola e ligar avisando que tá vindo).
Contatos: 9149-1962 (Delano), 9669-5099 (Pedro), 8145-0412 (Camila)
 
Se possível, confirmar a presença e se terá alguma carona disponível pelo email:ecoa.ifb@gmail.com 
 
 
 
 
- I Dia do Trabalhador e da Cultura Agroecológica do IFB -
Lançamento da proposta do Espaço de Convivência Agroecológica – ECoA (a ser gerido por estudantes, técnicos e professores)
Programação

[Durante todo o dia: feira de troca solidária, para fazer circularem as coisas, as ideias e as pessoas]

8:00 – 11:30
 Oficina de poda agroflorestal das árvores da casinha para abrir pedaços de sol e enriquecer o ambiente com o plantio de algumas mudas e horta florestal

Atividades de educação ambiental com filhos e filhas de estudantes, para que as mães e pais possam trazer as crianças, proporcionando integração delas ao espaço e ambiente comunitário

Oficinas de bioconstrução: produção de tijolos de adobe e técnica de bancos de superadobe

Oficina de confecção de tinta de barro e decoração inspirada na agroecologia e no dia do trabalhador

[A proposta é de atividades concomitantes, as duas últimas dependendo do número de pessoas dispostas e da existência de material, havendo responsáveis com experiência para orientar cada uma delas]

11:30-13:00
Filme - Caldeirão de Santa Cruz do Deserto. Conta a história real de uma comunidade rural na região do Crato, Ceará, que se constituiu com autonomia de produção coletiva nos anos 30 e teve trajetória e destino semelhante ao de Canudos. Ou seja, de tão bem-sucedida acabou exterminada pelo governo; nesse caso, pelo getulismo.
Atividade proposta por Marcela Alvim, estudante de Licenciatura em Dança do IFB-Plano Piloto e organizadora do Cineclube Cafezinho no Gisno.

13:00-14:00
Almoço no fogão à lenha - Caldo de abóbora e de mandioca e complementos solidários de estudantes e convidados/as. (Cardápio principal a definir - colaboração sugerida: R$ 5)

14:00-17:00
Roda(s) de conversa, seguido de música:

Histórias e fundamentos do tambor e da cultura popular (com fabricantes artesanais de tambores, praticantes de agroecologia na zona agrícola de Taquara-Planaltina acompanhados pelo escritório regional da EMATER, e com membros de grupos de cultura popular de Planaltina e de outras cidades do DF).

Presenças confirmadas: Agricultores-músicos da Taquara; Grupo de Capoeira Pau-Pereira; membros do Grupo Cokumã [Planaltina] e Martinha do Coco [Paranoá].

sexta-feira, 4 de março de 2011

Mulheres protestam contra plástico verde

Cerca de 800 mulheres integrantes da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Levante da Juventude e Intersindical ocuparam na manhã desta terça-feira o pátio da empresa Braskem, do grupo Odebrecht, no Polo Petroquímico de Triunfo, região metropolitana de Porto Alegre. A manifestação – que integra a jornada nacional de lutas referente ao 8 de março, Dia da Mulher – tem o objetivo de denunciar que o plástico verde, produzido à base de cana de açúcar, é tão nocivo e poluidor quanto o plástico fabricado à base de petróleo. O produto é apresentado como sendo uma solução para os problemas ambientais. As promotoras do protesto rebatem dizendo que o plástico verde intensificará a proliferação do monocultivo, aumentará a transgenia, o uso de agrotóxicos e a concentração de terra.
Para viabilizar a produção de plástico verde em grande escala, observam ainda os movimentos sociais, a empresa tem como meta plantar quase dois milhões de hectares de cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul. “Isso inviabiliza ainda mais a agricultura camponesa e gera a expulsão de milhares de famílias camponesas da terra. Para a população da cidade, o crescimento de mais essa monocultura significa aumento dos preços dos alimentos e mais pessoas disputando empregos e moradia”, afirmam os organizadores do protestos em nota distribuída aos meios de comunicação.

Mar 1st, 2011by Marco Aurélio Weissheimer

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CAMPANHA PERMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA

Participe da 1ª Reunião de articulação da Campanha no DF
28/02 (segunda-feira), as 18h30 no SINDSEP-DF.
(Setor Bancário Sul, Quadra 01 Bloco "K" - Ed. Seguradoras 16º andar)

Chamados equivocadamente de “defensivos” agrícolas, de agrotóxicos e até de “remédios” para as plantas, os venenos agrícolas transformaram-se numa das piores facetas do agronegócio brasileiro. Isto porque suas conseqüências afetam toda a população: os que trabalham e os que comem.
O Brasil se tornou, em dois anos seguidos (2008 e 2009), campeão mundial de consumo de agrovenenos. É um campeonato sem nenhuma glória. Somos a agricultura mais envenenada do mundo. São mais de cinco quilos de venenos por habitante/ano. É a dependência química do agronegócio.
Quem perde é o povo: comida envenenada, águas contaminadas (tanto águas de superfície como águas subterrâneas), ar poluído de resíduos químicos, montanhas de embalagens com destino inadequado, solos contaminados com resíduos químicos persistentes, pessoas adoentadas. Seres humanos com doses cavalares de venenos agrícolas na pele, no estômago, no sangue, no fígado. As principais vítimas são os pequenos agricultores, os trabalhadores rurais do agronegócio e os consumidores pobres. O câncer cresce. Doenças de pele, dores de cabeça constantes e depressão também são comuns. Por seu lado, a indústria química se esbalda. As indústrias que fabricam venenos são as mesmas que fabricam medicamentos e o lucro redobra.
Por isso que diversas entidades (ambientalistas, sindicatos, movimentos, entidades e trabalhadores da área da saúde, alimentação, organizações urbanas, comunidades tradicionais) lançaram uma Campanha Nacional de conscientização da população sobre os riscos dos agrotóxicos.
Diversos materiais (cartazes, cartilhas de formação, gibis para o público infantil, vídeo documentário, folders, calendários) estão sendo produzidos. E caberá a nós o trabalho de base para expandirmos essas idéias na sociedade. 
Por isso convidamos o MST a participar da 1ª Reunião de articulação da Campanha no DF, 28/02 (segunda-feira), as 18h30 no SINDSEP-DF. Endereço: Setor Bancário Sul, Quadra 01 Bloco "K" - Ed. Seguradoras 16º andar.
  
Via Campesina – Sinpaf – Sindsep/DF – Consulta Popular

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Natureza devora trangênicos da Monsanto

O Amaranto Inca Kiwicha invade plantações de soja transgênica da Monsanto nos Estados Unidos como se estivesse numa cruzada para acabar com esta nefasta empresa agrícola e de passo dar uma mensagem ao mundo.
Agricultores dos EUA tiveram que abandonar cinco mil hectares de soja GM e cinquenta mil estão seriamente ameaçados.
No que parece ser mais uma demonstração da sabedoria da natureza abrindo caminho, a espécie de amaranto inca conhecida como kiwicha se converteu em um pesadelo para a Monsanto. Curiosamente esta companhia conhecida por suas diabólicas (“Mondiabo”) práticas se refere a esta erva sagrada para os incas e os aztecas como uma erva maldita.
O fenômeno da expansão do amaranto em cultivos de mais de vinte estados ao largo dos Estados Unidos não é novo, mas merece ser resgatado, acaso celebrando a pericia e talvez até a inteligência desta planta guerreira que se opôs à gigante das sementes transgênicas. Desde 2004 um agricultor em Atlanta percebeu que brotes de amaranto resistiam ao poderoso herbicida Roundup baseado no glifosato e devorando campos de soja transgênica. O site da Monsanto recomenda aos agricultores misturar o glifosato com herbicidas como o 2,4-D que foi proibido na Escandinávia por estar correlacionado com o câncer.
É curioso que o New York Times que há mais de 20 anos escrevia que o amaranto podia ser o futuro do alimento no mundo, agora chama a esta planta uma “superweed” ou “pigweed” uma terminogia que faz uma concepção do amaranto como uma praga.
Segundo um grupo de cientistas britânicos do Centro para a Ecologia e a Hidrologia, foi produzida uma transferência de genes entre a planta modificada geneticamente e algumas ervas “indesejáveis” como o amaranto.
Este fato contradiz as afirmações dos defensores dos organismos modificados geneticamente (OMG): que assinalam que uma hibridação entre uma planta modificada geneticamente e uma planta não modificada é simplesmente “impossível”.
O amaranto aliás, possui mais proteínas que a soja e além disto contém vitaminas A e C. Enquanto nos Estados Unidos se preocupam em como eliminar esta resistente planta que supera a tecnologia da Monsanto: se reproduz em quase qualquer clima, não lhe afetando doenças nem insetos, pelo qual não precisa de produtos químicos. Acaso não seria melhor que escutassem esta mensagem da natureza e tentassem processar alimentos de amaranto?
Então esse boomerang, devolvido pela natureza da transnacional Monsanto, não só neutraliza esse predador, mas estabeleceu-se em seus domínios uma planta que poderia alimentar o mundo em caso de fome.Suporta a maioria de climas, regiões secas como as áreas de monção e as terras altas tropicais, e não tem problemas com insetos ou doenças, assim você nunca vai precisar de produtos químicos
Casos como a satanização do amaranto nos faz pensar que a industria dos alimentos busca simplesmente manter a população no pior estado físico possível para que possa ser devorada por obscuras corporações e interesses políticos.

Colado de forum.antinovaordemmundial.com

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

[CPOrg/SP] Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais



Senhoras e senhores, bom dia!

A Embrapa Meio Ambiente realizará nos dias 24 a 26 de maio de 2011 o V
Cobradan - Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais, em
Jaguariúna / SP.

Para obter mais informações acesse:
http://www.cnpma.embrapa.br/nova/mostra2.php3?id=725

As inscrições serão abertas no dia 24/01/2011 e em breve será divulgado no
site da Unidade como se inscrever.

Atenciosamente.

Maria Cecília Valadares Zitto
Embrapa Meio Ambiente

--
Para visualizar os arquivos produzidos pela CPOrg/SP acesse o endereço:
http://groups.google.com.br/group/cporg-sp

--

“O sistema só tolera " Dois" tipos de componentes:Os tiranos que
exploram e os subservientes. Os que lutam por justiça / Serão sempre
dissidentes.”
( - Um herói do nosso tempo )
Djair B Maracajá-Mestrando em Agricultura Orgânica- DELEGADO REGIONAL
SINTAGRI/EBDA-

sábado, 11 de dezembro de 2010

Encontro sobre Agrobiodiversidade denuncia ameaça dos transgênicos e mineração no Norte de Minas


O 5º Encontro Norte Mineiro de Agrobiodiversidade reuniu no município de Rio Pardo de Minas, entre os dias 02 e 04 de dezembro de 2010, cerca de 300 participantes, incluindo representantes indígenas Xakriabá, quilombolas, geraizeiros, caatingueiros, vazanteiros, agroextrativistas, acampados, assentados, pesquisadores, professores universitários, militantes dos movimentos sociais e eclesiais, procedentes de 27 municípios do Norte de Minas. A programação incluiu debates e oficinas acerca da relação da Agrobiodiversidade com os territórios das comunidades tradicionais, com as políticas publicas para a Soberania e Segurança Alimentar, e o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura.
O primeiro dia foi dedicado à reflexão e debate do temário central, intitulado “Agrobiodiversidade: abordagens para a retomada dos territórios tradicionais, com a participação de agricultores familiares, representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, pesquisadores da Embrapa e professores universitários. Já na sexta feira, foram realizadasvisitas de intercâmbios de experiências. Os participantes conheceram experiências de luta pela reapropriação de territórios, reconversão agroecologica e sistemas agroflorestais, pesquisas e desenvolvimento da agricultura familiar, políticas públicas de abastecimento e organização da produção; reserva extrativista; uso indiscriminado dos agrotóxico e transgênicos e mulheres e agrobiodiversidade.
Ainda na sexta-feira, durante a noite cultural, os povos e comunidades tradicionais apresentaram suas manifestações culturais. Os quilombolas de Brejo dos Crioulos e Gurutuba e os índios Xakriabá apresentaram suas danças tradicionais, herdadas por seus ancestrais. Os geraizeiros cantaram Folia de Reis, danças de roda e catira. O grupo teatral Pirraça em Praça do município de Fruta de Leite apresentou um espetáculo sobre a história de Zumbi dos Palmares e a criação dos quilombos. O Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAA/NM, por ocasião dos seus 25 anos de história, homenageou os guardiões da agrobiodiversidade e parceiros, entregando uma placa comemorativa.
Para Antônia Antunes, quilombola do Gurutuba, o encontro foi uma rica oportunidade de fortalecer a luta das comunidades tradicionais. “Ficou mais forte que a nossa luta é uma só, que a gente luta pelo território, que é onde a gente planta pra sobreviver e onde a gente mantém viva a nossa cultura”, relata. Edson Lucas Quintiliano, jovem diretor do STR de Porteirinha avalia que o encontro contribuiu na articulação da juventude e na motivação para inserir de forma mais articulada no debate regional. “ A participação dos jovens num encontro como esses faz com que eles reflitam sobre a realidade do mundo, e se sintam peças importantes para atuar e serem ativos nas lutas em que os movimentos sociais estão inseridos (os desmatamentos, os trangenicos, o eucalipto, mineradoras)” reforça.
Carta de Rio Pardo de Minas - No sábado, o evento finalizou com a realização da 5ª Feira da Agrobiodiversidade onde os agricultores e agricultoras trocaram sementes e produtos. No encerramento, foi lida a Carta de Rio Pardo de Minas, que aborda as preocupações, denúncias e propostas dos participantes, dentre elas, as novas tecnologias do agronegócio. Segundo a Carta, essas tecnologias associadas ao uso desenfreado de monoculturas, agroquímicos (venenos), maquinaria pesada, e agora, com o ufanismo pela chegada de empresas mineradoras, compromete irremediavelmente os ecossistemas regionais e os recursos hídricos.
Os participantes também denunciaram a irresponsabilidade dos governantes. Atendendo a interesses de empresas e grandes conglomerados econômicos, o uso de sementes transgênicas avança no Norte de Minas, onde hoje já é fácil de encontrar sementes de milho transgênico ou do algodão transgênico em diversas lojas e mercados de Montes Claros, Porteirinha, Jaíba e Janaúba. Muitas famílias de agricultores estão sendo seduzidas e incentivadas a utilizarem essas sementes com promessas de alta produtividade e resistência ao ataque de pragas. O uso dessas sementes podem comprometer a qualidade de variedades tradicionais de sementes de milho e algodão, muitas delas com uma longa história de adaptação ao clima, solos, e diversas formas de estresses ambientais.
Os agricultores também apresentaram propostas e reivindicações, que seguem abaixo:


- Que seja aprovada legislação que resguarde as comunidades tradicionais da contaminação de transgênicos;


- Que se crie uma legislação que limite o plantio de monoculturas, especialmente o eucalipto, e que as cabeceiras das nascentes sejam preservadas garantindo o uso sustentável dos recursos extrativistas;


- Que haja disponibilidade de recursos dos governos federal e estadual para viabilizar intercâmbios de experiências entre os agricultores e comunidades tradicionais tendo os agricultores como agentes multiplicadores;


- Que sejam criadas oportunidades que estimulem a inserção dos jovens nas atividades produtivas das comunidades para que tenham orgulho de serem agricultores;


- Regularização das terras das comunidades tradicionais garantindo a participação dos agricultores no processo de demarcação;


- Que o Governo Federal finalize os processos de criação de RESEX no Norte de Minas, particularmente a RESEX Areião / Vale do Guará e a RESEX Tamanduá;


- Que o governo do Estado de Minas Gerais priorize a criação de unidades de conservação de uso sustentável em lugar dos parques estaduais;


- Que os governos apóiem a constituição de redes de comercialização entre associações e cooperativas da agricultura familiar e extrativistas para ocupar espaços no mercado institucional e outras modalidades de comercialização;


- Que seja implementado o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura com a participação direta e igualitária dos agricultores familiares e suas organizações.


- Que a isenção do ICMS aplicado para os produtos do Programa Fome Zero seja estendida para todos os produtos processados por associações e cooperativas da agricultura familiar;


- Que sejam incrementados recursos para o PAA e que no PAA Doação de Sementes se inclua também a doação de mudas e ramas;


- Que os governos criem programas de apoio especialmente para estruturar melhor as unidades de processamento de alimentos de associações e cooperativas visando melhorar e qualificar os produtos do mercado institucional;


Finalmente, que o Norte de Minas seja declarado Região Livre de Transgênicos garantindo a preservação da imensa diversidade de sementes e variedades tradicionais ainda presentes em nossas comunidades.
O V Encontro Norte Mineiro da Agrobiodiversidade foi coordenado pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas – CAA/NM e pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas e realizado com o apoio da Rede Norte-Mineira de Sementes Crioulas.




*Helen Borborema e **Helen Santa Rosa

* Comunicadora Popular da ASA/MG e STR de Porteirinha

** Comunicadora Popular do CAA/NM



quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sabor do Cerrado III

Grupo Sabor do Cerrado é composto por 12 mulheres e surgiu a partir do projeto “Educando para a Sustentabilidade”, desenvolvido desde 2002 pelo Grupo de Trabalho sobre Reforma Agrária (GTRA) , daUniversidade de Brasília (UnB) . Esse trabalho foi realizado junto às famílias de agricultores do Assentamento Colônia I, localizado no Município de Padre Bernardo – GO, a 70 km de Brasília.
Em 2005 receberam apoio do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS ) para estruturar a cozinha comunitária. Instalada na sede da associação, a cozinha permitiu que as mulheres produzissem salgados, doces, bolos, tortas, biscoitos, etc. que são utilizados nos lanches e coquetéis fornecidos pelaCentral do Cerrado . Em 2010, com apoio da Fundação Banco do Brasil , foram adquiridos novos equipamentos para a cozinha, o que contribuiu para aprimorar ainda mais o trabalho do grupo.Grande parte dos alimentos oferecidos pelo Grupo Sabor do Cerrado são confeccionados a partir de produtos fornecidos por outras organizações da Central do Cerrado , tais como pequi, baru, babaçu, jatobá, buriti, etc. Chefs de Cozinha voluntários do Convivium Slow Food Cerrado têm apoiado a Central do Cerrado e o Grupo Sabor do Cerrado no desenvolvimento de novas receitas e do serviço do coquetel e lanches.

Em função do trabalho realizado pelo Grupo Sabor do Cerrado, em parceria com o Grupo Vida e Preservação – que produz hortaliças orgânicas no assentamento – foi fundada a Cooperativa dos Agricultores Familiares Agroecológicos do Projeto de Assentamento Colônia I e Região (COOPAFAMA), em outubro de 2010. A cooperativa deverá fortalecer e profissionalizar ainda mais o trabalho no assentamento.
No momento, com apoio da UNICAFES e da Secretaria da Educação do Distrito Federal, a Central do Cerrado está desenvolvendo junto com a COOPAFAMA uma linha de biscoitos do Cerrado para fornecimento às escolas da rede pública do DF, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) .
No dia 10 de dezembro o movimento Slow Food comemora o Dia do Terra Madre , e centenas de eventos simultâneos serão realizados em todo o mundo. O Slow Food Cerrado , célula do Movimento Slow Food de Brasília, em parceria com a Central do Cerrado e com o apoio do Mercado 153 (Brasília) convida a todos para um Brinde às Mulheres da Terra , com a apresentação do curta-metragem Mulheres da Terra, dirigido por Márcia Paraíso, e um jantar degustação assinado pela Chef Marilde Cavaletti, e preparados com produtos locais, agroecológicos e do Cerrado.
As mulheres do Grupo Sabor do Cerrado, que já participaram de várias atividades do Slow Food Cerrado , principalmente como fornecedoras de delícias desse ecossistema, serão nossas convidadas especiais nesta noite de festa.

Mais Detalhes:
  • Data: 10 de dezembro de 2010 (sexta-feira)
  • Horário: 19h30
  • Local: MERCADO 153- SCN QD. 05, Bloco A, loja 110w, Brasília Shopping, telefone (61)3047-8680
  • Convites: antecipados à venda no MERCADO 153 – R$30,00 (sócios do Slow Food), R$50,00 (ñ sócios do Slow Food). Sócios do Slow Food devem apresentar a carteirinha em dia no momento da compra.
*este evento será em benefício dos projetos de Educação do Gosto do Slow Food Cerrado.
Realização: Slow Food Cerrado
Participação: Central do Cerrado
Apoio: MERCADO 153

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Curso de Manejo de Sementes Crioulas.

Oficializamos o processo de elaboração conjunta da ficha de inscrição oficial do Curso de Manejo de Sementes Crioulas. Segue o arquivo em anexo. Favor divulgar a quem possa se interessar em participar.
 
Histórico da Articulação:
No fim de Novembro de 2010, Yanick e Christine Loubet, dois dos produtores franceses de sementes crioulas que trabalham em parceria com a Fundação Kokopelli (banco internacional de sementes crioulas), darão pela segunda vez um curso de manejo dessas sementes ancestrais a agricultores na Colômbia. Sua vinda ao continente sul-americano está sendo patrocinada pela FAO (órgão da ONU para agricultura). Eles nos ofereceram uma extensão dessa jornada de disseminação gratuita desse conhecimento de vital importância no tema da soberania alimentar. Assim, desde julho de 2010 teve início uma articulação em nível nacional com liderança descentralizada e horizontal para definirmos o roteiro que o casal percorrerá durante o mês de Dezembro de 2010 em território brasileiro. Foram definidos Belo Horizonte/MG (4 e 5/12), Barra do Turvo (Vale do Ribeira)/SP (11 e 12/12), Curitiba/PR (14,15 e 16/12) e Pirenópolis/GO (21 e 22/12).
A ficha de inscrição em anexo é para o curso de Belo Horizonte. Caso você esteja mais próximo das demais localidades, favor enviar um email parasementescrioulas@yahoogrupos.com.br em nome de Manuel (Curitiba), Juliano (Vale do Ribeira) ou Murielle (Pirenópolis).
Conteúdo do curso: a proposta é flexível dependendo da demanda de cada local, porém tendo como elementos norteadores os seguintes pontos:
-De variedades que crescem naturalmente a uma seleção mais restritiva, passando por sementes híbridas, clones e transgênicos;
-Como fazer uma seleção sem alterar as variedades;
-Como produzir sementes;
-A vida do solo: a chave para qualquer tipo de vida na Terra.
Semana de Compartilhamento de Saberes:
Teremos a companhia do casal em Belo Horizonte por cerca de 10 dias (de 28/11 a 09/12). Decidimos aproveitar esta ocasião em que duas pessoas de outro continente estão vindo à nossa cidade dando um nobre exemplo de compartilhamento gratuito de um conhecimento libertário e de importância vital como é o manejo de sementes crioulas, e estimular a socialização de outros conhecimentos também.Assim, os indivíduos, organizações e movimentos que se interessem em compartilhar algum saber gratuitamente (solicitaríamos apenas alguma contribuição para cobrir eventuais custos de oficinas) são bem vindos para propor alguma atividade em qualquer local de Belo Horizonte ou seu entorno. Foi definida de antemão uma oficina de confecção de telhados de embalagens tetrapak (caixas de leite e suco vazias) para reforma do telhado da cozinha externa da Casa Somática. A data da oficina será divulgada em breve.
Abraços fraternos,
Fernando.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

sábado, 7 de agosto de 2010

Grupo Vida e Preservação & Sabor do Cerrado.

No assentamento Colônia I tem um grupo de guerreir@s.
Homens, crianças, mulheres fortes.
Fazem do Cerrado a sua morada.
Resistir e nunca párar.
Seu Algemiro com seus orgânicos.
Tem muita sabedoria a nos ensinar.
Gerações empoderadas.
Do processo a continuar.
Mas nem tudo é tão fácil.
 Seu Teobaldo com seus net@s tem muito a nos falar:


"Os momentos mais difíceis mesmo foi esse: você vê seus companheiros tudo


deitado no chão, as crianças, sem respeitarem as crianças. Com armas pesadas
em cima da gente. Foi um dos momentos mais difíceis que eu pensei até de
abandonar tudo. Não por mim, mas por meus filhos. Meu filho deve ter ficado
traumatizado quando viu um policial com uma doze cerrada no meu ouvido.
O moleque se desesperou. Desesperou mesmo, né. Chorava. Aquilo me
revoltou muito. Eu fiquei muito traumatizado. Muito tempo que eu nem podia
ver uma arma, que eu lembrava daquela doze enfiada na minha cabeça [...].
Eu vi doze enfiada na minha cabeça, no meu pescoço. Aqui! [...] Porque é
muito triste. Você vê um cidadão ser expulso, ser tido e mantido como
bandido, como mal-feitor, mal-elemento, pela própria polícia que você ajuda a
pagar. No terreno do poder acontece isso, imagina por esse Brasil a fora. O
que é que não acontece?"
Seu Algemiro também nos conta:


"Quando nós chegamos aqui, eu estava muito doente. Eu sofri de úlcera
nervosa e fui operado. Então, eu fui em umas hortas ali embaixo, nos
canteiros lá no Colomé e tinha muito agrotóxico. Aí, eu adoeci e falei que
não mexeria mais com plantação de agrotóxico. Apesar de colher menos,
né? Tem menos resultado, mas tem mais resultado sobre a vida."


Em fevereiro de 2003, doze famílias do Colônia I fundaram o Grupo Vida e Preservação
(GVP). O grupo definiu como seus objetivos: promover o desenvolvimento local sustentável,
por meio da capacitação dos agricultores para garantir e viabilizar a produção das hortaliças, o
processamento dessas e o escoamento dos produtos para os pontos de venda localizados no
Plano Piloto e a atividade do viveiro florestal, como instrumento de recuperação das áreas
degradadas do assentamento.


Wátila jovem guerreiro agricultor nos acrescenta:


"Geralmente eu não gosto de cidade. Eu não gosto de cidade. Então, eu
comparo assim: eu acho que a cidade é um local para a gente conhecer e
adquirir mais, alguns, nem todos, alguns conhecimentos. Em relação à
comunidade rural, eu prefiro. Porque é o momento em que a gente está
analisando a nossa própria vida, que a gente está trabalhando e percebendo
dentro de nós mesmos que a gente tem um valor para a nossa comunidade."
João Batista relata:


"Que tudo que a gente sonha, que a gente acredita e quem puder fazer um
pouco sim, vale a pena, vai multiplicando. A gente tem visto essa
multiplicação aqui no Colônia I. Essa multiplicação das mulheres. Todas
elas participam de reuniões, os homens, os jovens criando sua identidade,
multiplicando para outros assentamentos. Enfim, alguma coisa assim mais
justa. Então, se cada um fazer o que pode e o que acha que possa fazer...
faça! Nem que seja pequeno, mais faça, porque é um fruto que você está
espalhando."
Mas os problemas ainda são muitos diz o sr. Algemiro:


"O meu sonho futuro é vir água pra nós, que nós não temos mais futuro por
falta d'água. O sequidão aqui é imenso. Nós estamos é precisando de água.
Água é vida."
Grupo Sabor do Cerrado


Participam 


mulheres do assentamento que trabalham com a produção de
doces, salgados e artesanatos feitos a partir da matéria prima do cerrado. Além de produzir
para diversificar com novos produtos a feira organizada pelo GVP, onde são comercializadas
as hortaliças orgânicas, o GSC tem sido convidado para organizar lanches e cafés em eventos
e atividades realizadas pelas instituições parceiras, como congressos e seminários.


A sra. Joanica relata:
 "Sou muito feliz com minhas colegas de trabalho, do Sabor do Cerrado. Porque
não tem esse trabalho, esse grupo que não passe dificuldade. Não tem esse
grupo que está assim só a mil maravilhas, que não tenha uma discussão. Acho
que não tem esse. Cada um, às vezes, um está de mau humor ou, mas é coisa
passageira. Isso é coisa de grupo mesmo, né?"


Sra. Maria Helena complementa:


"O cerrado é a vida e muitas coisas importantes têm no cerrado. Do cerrado a
gente tira muita coisa que a gente acha que não vale nada. Eu,
principalmente, você está vendo meu barraco aí. Você está vendo que ele é
no meio do mato. E eu não pretendo tirar o mato. Você vê, você vai
passeando assim no cerrado, você vê uma flor e sente alegre, sente é paz.
Você vê o verde e sente bem."
Sra. Rosecler acrescenta:


"Hoje nós somos mais valorizadas, né. As mulheres estão crescendo quase
igual aos homens. O grupo está evoluindo."
Sra. Maria Teresinha nos ensina:


Fica assim este conto real,
com as palavras do sr. Valdemir:


"Temos que acreditar. Temos que sonhar e ter direito de fazer esse sonho se
realizar."


Esta é uma parte da história deste povo.
Se você acredita e tem compromisso social.
Entre em contato com este grupo, divulgue suas ações
e consuma um sabor único no Cerrado.


Contatos:
Algemiro: 61-9698-0224;
João Batista: 61-9904-3559;
Teobaldo: 61-9678-5657;
Wátila:61-9644-4880.


A Reforma Agrária e
o Cerrado;
Agradecem desde já!



Diálogos tirados da dissertação: 


MOSAICO DE OLHARES: 


Um diálogo entre a Universidade de Brasília e o

Assentamento Colônia I


UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL- CDS/UnB- 2007.
Fernanda Litvin Villas Bôas.