sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Prato de palmeiras

Tudo começou com os pratinhos que ganhei da Fernanda, doblog Chucrute com Salsicha, quando ela esteve no Brasil. Ela me explicou que era de uma empresa de Nova Iorque, aVerterra, que vendia estes pratinhos descartáveis feitos na Índia com folhas caídas de palmeiras. Sem uso de produtos químicos, são totalmente biodegradáveis, de produção sustentável e não agridem o meio ambiente já que são usadas apenas as folhas caídas.
Tanto Fernanda quanto eu concordamos que além de lindos e corretos não são tão descartáveis assim. Basta ter cuidado para não deixar muita umidade e secar rapidamente que são até que duráveis. Já lavei os meus várias vezes. Ele deforma um pouco com a umidade, mas tudo bem. E se tiverem que ir para o lixo depois de uma festa, que vão sem nos deixar com culpas. São ótimos para alimentos secos ou só um pouco úmidos, ideais para piqueniques.
Já fiquei imaginando aqueles pratinhos horrorosos de plásticoou isopor substituídos por estes muito mais elegantes e ecológicos. E lembrando das tantas utilidades das palmeiras (arecas, sycas). As folhas de algumas são usadas para cobrir casas, de outras, para fazer rolhas e caixinhas de doce, sem falar das amêndoas e das polpas comestíveis e dos óleos e farinhas, dos amidos (sagu), dos açúcares (palm sugar) etc.
Desde este dia fiquei de olho em todas as folhas de palmeiras caídas - na verdade, só as bainhas são usadas. Não sosseguei até que consegui produzir meus próprios pratinhos, com cores mais outonais e verniz próprio da espécie, que já estreiaram no piquenique de domingo servindo de suporte e até quipá na brincadeira das crianças. 
Não foi difícil coletar as bainhas, que caem espontaneamente das palmeiras à medida que envelhecem e são vistas facilmente nas calçadas - as minhas vieram da calçada da vizinha Rose. Aí foi só encontrar meu próprio jeito de fazer, como se vê abaixo. Quem sabe não se anima também.
Se já estiverem alaranjadas, prontas pra cair, pode também dar uma ajuda.
Leve-as ao tanque e lave uma a uma com escova de cerdas firmes.
As folhas úmidas ficam bastante flexíveis - use um molde para riscar no formato que quiser - como vamos ter que usar uma tigela como molde, é melhor que seja redondo. Risque com uma ponta seca ou caneta

 São fáceis de cortar com tesoura.
Agora basta ferver em água por 10 minutos para esterilizar.

Com esta parte mais dura você pode esculpir uma colher usando uma faca. Também muito fácil.
Tentei vários moldes, pois a ideia é deixar que os pratos sequem sob pressão para que mantenham o formato depois de secos ao sol. Este método, usando várias tigelinhas e um apoio por cima não funcionou porque é difícil de secar. Veja o que fiz para dar uma curvatura à colher - este jeito funcionou. 
O melhor método foi este. As folhas foram moldadas individualmente em pequenas tigelas, pressionando com pedras, que embrulhei com plástico para não precisar lavar. Pode ser algo parecido. Vale o improviso. O ideal seria uma prensa de ferro como a empresa Verterra usa. 
Argolona para guardanapo e argolinhas para enfeitar a colher.

POSTADO POR NEIDE RIGO em http://come-se.blogspot.com.

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