terça-feira, 31 de agosto de 2010

Valente na corrupção quer continuar...



O ex-secretário de Educação do DF e candidato a distrital José Luiz Valente (PMDB) exagerou no otimismo ao enviar uma carta de esclarecimento aos eleitores sobre a Operação Caixa de Pandora na última sexta-feira (27). No comunicado, em que agradece a confiança da população e reafirma sua inocência, Valente diz que, ao final dos trabalhos da Polícia Federal sobre a investigação da Caixa de Pandora, seu nome “passou longe da conclusão do relatório e muito menos foi arrolado entre aqueles que pertenceriam à chamada quadrilha”.
É verdade que o ex-secretário não foi incluído como membro da citada quadrilha descrita pela PF. Mas seu nome consta, sim, do relatório final elaborado pelo delegado Alfredo Junqueira, responsável pela investigação. Ao longo de dez das 94 páginas do documento, o delegado descreve contrato da empresa Info Educaional com a Secretaria de Educação. E afirma que as informações reunidas pela polícia demonstram a “dinâmica dos pagamentos de propina” no governo.
Frente a esses indícios, é forçoso atribuir a José Luiz da Silva Valente, Gibrail Nabih Gebrim e Adailton Barreto de Rodrigues a prática das condutas previstas no art. 317, e a Alexandre de Assis Tavares, proprietário da empresa Info Educacional, e Masaya Kondo o que preceitua o art. 333 do Código Penal, sem prejuízo dos crimes licitatórios a serem apurados oportunamente“, diz o relatório, em sua página 30. O artigo 317 do Código Penal trata de nada menos que corrupção passiva.
A citação no relatório da PF rendeu ainda a Valente um processo no conselho de ética do PMDB, seu partido. A executiva regional da legenda encaminhou na semana passada para análise do conselho a situação do ex-secretário, dos distritais Benício Tavares e Roney Nemer, e do ex-assessor do GDF Fábio Simão.
Update: O ex-secretário José Luiz Valente explicou o motivo deseu  otimismo. Apesar de ter sofrido com um mandado de busca e apreensão em sua casa e seu gabinete, com a quebra de seu sigilo bancário, ele não foi apontado como integrante do grupo liderado pelo ex-governador José Roberto Arruda que, sistematicamente, estaria cometendo irregularidades no GDF. Seu envolvimento seria apenas o de comandar uma das pastas que tiveram serviços prestados por contratos suspeitos.
“Mas não éramos nós, na Secretaria de Educação, que fazíamos a licitação, era a Central de Compras. Estou tranquilo porque todos os esclarecimentos foram prestados à época ao Tribunal de Contas do DF e o STJ comprovará que não estou envolvido nessas irregularidades. Depois de tudo o que passei, já foi um alívio saber que a Polícia reconheceu que eu não fazia parte do esquema denunciado”, argumenta.

Fonte: paola@blogdapaola.com.br
Charge adaptada de Latuff

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