Jagunços e PM de Minas Gerais invadem assentamento e espancam trabalhadores na Fazenda São Domingos no Triangulo Mineiro
O dia 31 de julho de 2010 será marcado para sempre para as famílias de trabalhadores que conquistaram a Fazenda São Domingos no Triangulo Mineiro. Neste dia, por volta das 14 horas, um grupo de jagunços ligados ao sindicato dos trabalhadores rurais da região, dirigido pelo PT, tentou ocupar a fazenda e desconstituir a organização que vem mantendo aquele espaço para fins de reforma agrária. As famílias resistiram à investida dos jagunços, mas estes retornaram em seguida com um forte aparato policial.
Oito viaturas da PM de Minas Gerais, comandados pelo tenente Leoni, invadiram a fazenda disparando tiros. Casas de lideranças foram invadidas e trabalhadores foram duramente espancados e torturados, com pistolas apontadas para suas cabeças. Os companheiros Dim Cabral, Nem e Rubão foram as maiores vítimas das atrocidades que aconteceram em meio aos olhares desesperados de suas mulheres e filhos. Pessoas ligadas ao sindicato rural apareceram no meio da truculência para “identificar” as pessoas que haviam repelido a tentativa de invasão no início da tarde.
Após invadir, espancar e torturar, a PM levou presos 14 lideranças: Dim Cabral, Nem, Rubão, Enério, Renato, Artur, Anoel, Joventino, Zé Roberto, Eduardo, Waldomiro, Divino Marinho e Sirley. As famílias que ficaram na fazendo receberam a solidariedade de outros acampamentos e grupos da região que apóiam a luta no campo, conseguindo assim evitar nova investida dos jagunços.
O MTL agiu rápido e destacou assessoria jurídica para acompanhar o depoimento e permanência dos trabalhadores na delegacia, pois estes corriam risco de sofrer novas torturas e espancamentos. Todos os nossos companheiros foram liberados na manhã deste domingo, 1° de agosto.
A indignação da comunidade que vive na Fazenda São Domingos é generalizada e o MTL soma-se a esta indignação. Este episódio é mais um capítulo de um processo de criminalização dos movimentos sociais no Brasil. O MTL deverá encampar a luta pela responsabilização criminal dos policiais envolvidos nesta atrocidae, sobretudo o comandante da operação, Tenente Leoni.
O MTL também repudia veementemente o papel nefasto que cumpre o sindicato dos trabalhadores rurais da região, dirigido por políticos do PT, um antro de gangsters, articulado com as forças repressivas do Estado. São, ao mesmo tempo, covardes, pois não é a primeira vez que tentam, em momentos de suposta fragilidade dos ocupantes da fazenda, invadir aquele espaço. Foi assim quando injustamente a justiça tentava encarcerar João Batista, Dim Cabral e Marilda por sua luta pela posse da fazenda São Domingos. É assim agora, quando a principal liderança do MTL em Minas Gerais, João Batista Fonseca, está internado numa UTI, por conta de um atropelamento que sofreu a menos de um mês.
O MTL co-responsabiliza também o INCRA pelo incidente, por sua morosidade na regularização plena da situação da fazenda São Domingos, cujos trabalhadores têm um projeto inovador de exploração coletiva da mesma.
Movimento Terra Trabalho e Liberdade
Nenhum comentário:
Postar um comentário