domingo, 4 de julho de 2010

Judiciário Cego!?

Roberto Gurgel afirma que DF é um cenário dissimulado da realidade.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, autor do pedido de intervenção federal no Distrito Federal, afirmou que a atual situação do Executivo e do Legislativo do Estado é um "cenário dissimulado da realidade", que não resiste a uma análise mais profunda sobre o seu funcionamento.
O pedido de intervenção foi negado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira (30/6), por 7 votos a 1. Os ministros Cezar Peluso (presidente do tribunal), Dias Toffoli, Carmen Lucia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello votaram contra o pedido de Gurgel. Apenas o ministro Ayres Britto foi favorável à intervenção.
Para Gurgel, a capital do país não está livre da corrupção. "A eleição indireta do atual governador [Rogério Rosso, PMDB-DF] é apontada como marco da volta da normalidade na situação política. Mas nenhum fato reforça tanto a necessidade de intervenção como a eleição do governador", afirmou Gurgel, lembrando que oito dos deputados que votaram em Rosso foram apontados no esquema de corrupção deflagrado pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.
Ele também criticou o Legislativo local afirmando que os deputados "fecham os olhos" para fortes indícios de desvio de verbas de saúde e educação. "O papel do Legislativo é conveniente ou conivente com essa situação", afirmou.
O procurador-geral citou um episódio que precedeu a eleição para o governo distrital, no dia 17 de abril. Segundo ele, nos dias 16 e 17 de abril, pelo menos oito deputados distritais se reuniram em um hotel em Goiânia, com despesas pagas por um empresário da área imobiliária e de construção civil. Gurgel ressaltou que o Ministério Público já abriu uma ação civil pública para apurar os fatos e o que foi tratado nesse encontro.
Ele afirmou que a intervenção não é motivada pelo não funcionamento dos serviços públicos, mas pelo não funcionamento das instituições políticas de forma adequada. Para ele, a intervenção teria um caráter pedagógico que coibiria a corrupção não só no DF, mas em todos os estados.
Autor: Agência Brasil

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