quinta-feira, 25 de março de 2010

Tá no sangue...

O governo da Suíça ordenou o bloqueio de uma conta de US$ 13 milhões controlada por Fernando Sarney, o filho mais velho de José Sarney (PMDB-AP).

Deve-se a revelação aos repórteres Leonardo Souza e Andreza Matais. Em notícia levada às páginas da Folha, a dupla informa:

1. Os depósitos feitos na Suíça foram rastreados a pedido da Justiça brasileira. Suspeita-se que o dinheiro tenha emigrado ilegalmente.

2. A conta suíça foi registrada em nome de empresa batizada de Lithia. Apurou-se que Fernando Sarney é a única pessoa autorizada a movimentá-la.

3. O dinheiro não foi declarado à Receita Federal.

4. O dinheiro foi retido quando Fernando Sarney tentava transferi-lo da Suíça para o principado de Liechtenstein. É um paraíso fiscal. Fica entre a Áustria e a Suíça.

5. O bloqueio é, por ora, “administrativo”. Pode converter-se em “criminal” se ficar demonstrado que os depósitos têm origem em corrupção ou fraude bancária.

6. O pedido feito à Suíça decorre de uma operação da Polícia Federal. Chama-se “Faktor”. Começara com outro nome: “Boi Barrica”.

7. O filho do presidente do Senado, gestor dos negócios da família Sarney, frequenta as páginas do inquérito na condeição de “indiciado”.

8. A PF atribui a Fernando Sarney os seguintes malfeitos: formação de quadrilha, gestão financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

9. Essa não é a primeira conta alienígena atribuída a Fernando Sarney. No início do mês, a Folha revelara a existência de outra, na China. Coisa de US$ 1 milhão.

10. A existência da conta chinesa, em nome de uma empresa chamada Prestige Cycle Parts & Accessories Limited, fora comunicada ao Ministério da Justiça.

11. Informara-se que o dinheiro entrara na China procedente de outra conta, aberta no Caribe. A ordem bancária traz a assinatura de Fernando Sarney.

12. Procurado, Fernando disse que não faria comentários. Numa entrevista de 2009, o filho do presidente do Senado dissera que operava contas no estrangeiro.

13. Procurou-se também o advogado de Fernando Sarney, Eduardo Ferrão. Não pôde atenter ao telefonema. Estava reunido com José Sarney.

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