terça-feira, 2 de março de 2010

IPhone e iPod são fabricados às custas de trabalho infantil

viva a liberdade (de consumo)!

Para alguns o custo de um iPhone ou de um iPod é aquele que pode (sic) no bolso. Muitas vezes entoando o cântico-de-sereias da “liberdade”, tapa-se os olhos com sedativos óculos 3D, e troca-se a cera que Odisseu ofertou aos seus marujos pelos moderninhos MP3’s da vibe.
O custo disso pouco importa. O que vale mesmo é curtir as tecnologias… E se for um Apple modernoso, da hora, tanto melhor! – ainda que crianças os estejam montando, em jornadas de trabalho estafantes, por uma verdadeira mixaria de salário.
Mas quem se importa de onde vem o produto?
Viva a liberdade (de consumo, claro)!
“Auditoria encontra trabalho infantil em fábricas de iPhone e iPod”
Notícia extraída do site Macworld/Reino Unido
Levantamento também mostra trabalho excessivo e remuneração inadequada em dezenas de unidades de fornecedores da Apple
A Apple admitiu em um documento divulgado recentemente que alguns de seus fornecedores infringiram as leis locais, empregando crianças em três fábricas. A empresa não quis divulgar os nomes dos fabricantes ou mesmo a localização.
Para elaborar o relatório Supplier Responsibility, sobre as práticas de seus fornecedores, a Apple verificou fábricas na China, República Tcheca, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia e Estados Unidos.
No documento publicado pela Apple na Internet, consta o item “Underage labour”, que faz referência à idade inferior ao permitido pelas leis. O texto diz o seguinte: “a Apple encontrou três fábricas que anteriormente contrataram adolescentes de 15 anos em países no qual a idade mínima legal é 16 anos.”
E continua: “nossos auditores encontraram registros de 11 trabalhadores abaixo da idade permitida, embora os funcionários não estejam mais nessa faixa ou não trabalhem mais na companhia.”
As fábricas em questão são responsáveis pela produção de equipamentos como iPhones e iPods, além de vários modelos de computadores.
Os auditores também encontraram irregularidades relacionadas ao limite de horas trabalhadas. As normas da Apple determinam um máximo de 60 horas trabalhadas por semana, com pelo menos um dia de descanso por sete dias de trabalho. Segundo a empresa, esse limite foi desrespeitado com frequência por seus fornecedores. Evidências disso foram encontradas em 60 fábricas.
Para completar, os fiscais também encontraram casos em fábricas nas quais os responsáveis falsificaram seus registros, com o objetivo de mascarar suas infrações, relacionadas ao volume de trabalho. E situações nas quais as horas de trabalho eram calculadas de forma incorreta, com pagamentos inferiores.
A Apple afirma que exigiu de seus fornecedores que regularizem todas as questões citadas (com o pagamento do que não foi remunerado de forma correta, por exemplo), e que continuará a monitorar os fabricantes de seus equipamentos.

Autor: André Raboni

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