segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Já que a "grande" mídia local não divulga....


Mudanças no ordenamento urbano do DF teriam rendido propina a grupo de Arruda
Plano de R$ 20 milhões

Classificadas como ilegais pelo Ministério Público, as mudanças no Plano Diretor de Ordenamento Territorial de Brasília (PDOT) teriam rendido R$ 20 milhões em propina ao grupo do governador José Roberto Arruda (ex-DEM). Em depoimento no último dia 9, Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, afirmou que o dinheiro foi recolhido de empreiteiras e usado para abastecer as contas do governador e subornar deputados distritais, como mostra a reportagem de Bernardo Mello Franco na edição do O GLOBO desta segunda. Durval disse que Arruda deu R$ 420 mil a cada parlamentar em troca do apoio às alterações na lei, que abriram novas áreas para a especulação imobiliária na capital. O ex-secretário não listou os deputados que teriam recebido a propina. O PDOT foi aprovado em março, com 18 votos favoráveis e seis ausências. Pelos valores da denúncia, a conta do suborno teria chegado a R$ 7,56 milhões.
Leia também: Arruda nega ter recebido proprina de R$ 3 milhões

Em outra frente da investigação, a Polícia Federal comunicou ter encontrado dinheiro na residência oficial do governador com a mesma série numérica de cédulas apreendidas nas sedes de duas empresas acusadas de financiar o mensalão do DEM. A informação aparece em relatório da PF enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e reproduzido ontem pelo "Estado de S. Paulo".
Arruda teria se frustrado com valor

Durval citou a suposta propina de R$ 20 milhões num dos 16 novos depoimentos que prestou no início do mês, em São Paulo, já aos cuidados do programa de proteção a testemunhas. Ele afirmou que o dinheiro foi dividido entre o governador, o vice Paulo Octávio (DEM) e os deputados distritais. E acusou o então chefe da Casa Civil de Arruda, José Geraldo Maciel, de comandar a compra de votos na Câmara Legislativa do DF.

- Às vésperas da aprovação do Plano, Maciel foi encarregado pelo governador Arruda de entregar R$ 420 mil a cada deputado distrital da base aliada que votou a favor da versão do PDOT que atendia aos interesses do governador e seus aliados -, diz a transcrição do depoimento.

Apesar das altas quantias envolvidas, Durval disse ter ouvido que Arruda ficou "decepcionado", pois não teria alcançado a meta de arrecadar R$ 60 milhões em propina das empresas que lucraram com as mudanças na lei.

- Maciel relatou ao declarante que Arruda esperava arrecadar R$ 60 milhões com as pessoas físicas e jurídicas beneficiadas com a aprovação do novo PDOT, mas que o resultado da arrecadação desta propina foi 'decepcionante' para o governador, porque teria ficado em 'apenas' R$ 20 milhões -, diz o termo de declarações do ex-secretário.

Jornal O Globo

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