Santuário dos pajés!
Saiba Como Contribuir!
A comunidade do Santuário Sagrado dos Pajés – Terra Indígena do Bananal – busca sua autonomia e autogestão. Apesar de alguns terem renda fixa, e outros trabalharem com artesanato, as atividades coletivas tribais de plantio, produção de mudas e agora a produção de farinha além de servirem às necessidade da própria comunidade são uma maneira de ajudar o Santuário Sagrado dos Pajés conseguir realizar suas atividades espirituais, científicas, culturais e educativas.
A produção de mudas se baseia na troca de sementes nativas entre os visitantes que vêm das diferentes regiões do Brasil e da América para as atividades do Santuário. E também visa o replantio da vegetação do Cerrado na região do Planalto Central. São produzidas mudas de plantas frutíferas e de plantas medicinais. As mudas estão disponíveis para serem adquiridas pelo preço simbólico de 3 reais. Os pedidos podem ser feitos pelo email do Santuário (santuariodospajes@riseup.net) ou diretamente com o Santxiê na Flora Medicinal na sede da FUNAI em Brasília.
A produção de farinha se iniciou a pouco tempo, e ainda está em processo de aprimoramento. A quantidade produzida ainda é pequena, mas os pedidos já podem ser feitos por encomenda.
O coletivo de comunicação tribal da comunidade produziu ao longo de 2008 uma série de vídeos sobre a resistência sagrada do Santuário dos Pajés e esses vídeos foram compilados em duas coletâneas. Estão disponíveis em formato de DVD, com capa e prensagem impressos em colaboração com o coletivo cultural Motirõ de Taquatinga. Cada DVD pode ser adquirido pelo valor de 15 reais. A maioria dos vídeos está disponível na internet e você pode ter acesso a eles na nossa página de Vídeos.
Também estão disponíveis camisetas em todos os tamanhos com o desenho O Santuário Não Se Move nas cores vermelha, preta e azul. As camisetas podem ser adquiridas pelo preço de 15 reais.
Vale ressaltar que toda ajuda a resistência é bem vinda, e caso você queira contribuir de modo mais direito com a luta participe das atividades chamadas pela comunidade do Santuário. Os mutirões para plantio, construção de ocas, produção de farinha, demais as atividades culturais e educacionais são abertos a participação desde que a comunidade seja avisada com antecedência pelas pessoas interessadas em participar.
Em defesa da dignidade de criar e se ocupar da Natureza!
Santuário dos Pajés - O sagrado e sua relação com o legítimo
Porque outros templos e santuários, moradias das religiões, se sustentam intocáveis enquanto presenciamos uma perseguição histórica e sistemática a terreiros e casas que manifestam religiosidades de matriz negra e santuários indígenas continuam sendo ameaçados e removidos sucessivamente?!
"Santuário dos Pajés é sagrado!"
"Os que vinham salvar as comunidades indígenas foram salvos por elas. Encontramos rumo, destino, caminho, companhia e velocidade para nosso passo. O que agora chamamos 'a velocidade de nosso sonho'".
Subcomandante Insurgente Marcos
Quando a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral avistou este continente, ecoou na nau o grito arrebatador - "Terra a vista"! Ali já se caracterizava o planejado - terra para a expansão européia e conseqüentemente de seu modo de vida.
Desde então, são 508 anos que essa experiência é desrespeitosa e perigosamente levada a cabo. Além da conquista territorial e física, os europeus sempre tiveram em mente outro plano de dominação, plano esse que seria revestido de sentido benevolente e salvador - a conquista religiosa. Os catequizadores eram enviados com o mesmo ímpeto com que se mandavam os soldados para a guerra.
A tarefa, que em algum momento pôde até ter sido considerada fácil no planejamento, foi muito mais árdua do que se imaginava. Os religiosos e soldados europeus se depararam com um arraigado sentimento religioso de respeito e pertencimento à terra e à natureza, em que o sagrado se manifestava em uma sensação contínua de liberdade e a vida era celebrada, e com a insubordinação dos indígenas às suas vontades. A resposta para os/as que não se "domesticaram" foi o massacre e a imposição de suas verdades aos/às "selvagens", e a miscigenação forçada, que instaurou a prática do estupro como um hábito dos senhores, gerando indivíduos que não podiam ser considerados índios, negros e muito menos europeus.
É óbvio que esse pequeno resumo não dá conta nem de perto do que realmente aconteceu e as nuances do processo de dominação são muito mais complexas. Ele, quando muito, nos serve apenas como introdução ao que vivenciamos hoje em relação às realidades indígenas no Brasil e como podemos observar que por mais que o mundo tenha se transformado e se vive um clima de "ares democráticos", o trato aos povos originários destas terras segue sendo o do desrespeito e da conquista forçada. Nos serve como reforço do fato de que são mais de 500 anos de aplicação desta política que privilegia uma vertente étnica, religiosa e econômica, por mais que se conclua que o sincrético seja o "modus operandi" desta nação.
Neste momento em Brasília vivemos mais um capítulo desta perseguição. O poder político aliado ao poderio econômico desenrolam uma pesada campanha e planejam a remoção de um Santuário Indígena que se ergueu em solo sagrado de seus antepassados há cerca de 40 anos.
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