domingo, 22 de maio de 2011

Tomba um Guerreiro! Morre um Amigo Assis Linhares!


Conheci este Guerreiro na Terceira Conferência de Meio Ambiente nós dois éramos Delegados pelo Distrito Ferderal. Assis que era Catador de Lixo da Estrutural e do Movimento Nacional dos Catadores. Enquanto em Brasília na Conferência os debates ocorriam e nada era deliberado ele e seus companheiros catavam os resíduos na maioria plásticos, papéis e latinhas que gerados no evento ele tinha de participar da Conferência mas também alimentar sua família. Eu nunca o esquecerei.
Seus passos nunca serão apagados. Veja um dos seus depoimentos:
por Maurício Veredas.

O catador de lixo Assis Linhares, morador da Vila Estrutural - uma das regiões mais pobres do Distrito Federal - é um chefe de família que vive com menos de dois salários mínimos por mês. Ele sustenta a mulher e quatro filhos com cerca de R$ 350, valor que ganha recolhendo materiais recicláveis na área do Lixão da Estrutural. Segundo ele, o lixo é a única fonte de renda de aproximadamente mil moradores da região. 

Linhares participou da 11ª edição do Grito dos Excluídos, organizado pela Campanha Jubileu Sul, pela Cáritas Brasileira, e pelos movimentos dos Trabalhadores Sem Terra, dos Trabalhadores Desempregados, Nacional dos Catadores e por entidades sociais. "Nada mais excluído do que um catador de lixo", disse. Segundo dados do IBGE apurados em 2003, cerca de 15 milhões de famílias vivem com renda inferior a R$ 600 por mês - ou seja, menos de dois salários mínimos.

"Aqui no Distrito Federal, a maioria mora numa área de exclusão e de risco, que é a Estrutural. Nossa luta é justamente para que a sociedade saiba que existe um cidadão trabalhador - que é uma das peças mais importantes no equilíbrio ambiental do planeta - que vive passando fome, necessidade, e se misturando com o próprio produto do seu trabalho, que é o lixo", acrescentou.

Em manifesto, representantes de movimentos sociais que participaram do protesto, na Esplanada dos Ministérios, pediram mudanças na economia e na política, para reduzir a exclusão social no país. "A sociedade brasileira está dilacerada pelo desemprego, pela pobreza, pela fome, pela violência e pela corrupção, o que nos deixa revoltados e, por momentos, desesperançosos", diz o manifesto.

Para a mudança desse quadro, os movimentos sociais apontam, no texto, quatro desafios: construir um novo modelo econômico, com criação de empregos e distribuição de renda; implantar um programa emergencial para a superação da miséria e da exclusão social; e promover uma reforma política, "que devolva ao povo o direito de decidir sobre as questões estratégicas do país".

Por último, eles defendem a aplicação de políticas capazes de garantir a soberania nacional, assim como os interesses da população relacionados à "economia, território, riquezas, biodiversidade, empresas públicas, Banco Central, água, sementes, petróleo, gás e política externa".(Juliana Andrade)

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