sábado, 12 de março de 2011

Bahia inicia uso de inseto transgênico contra dengue



Cerca de 10 mil mosquitos foram soltos com a "missão" é fecundar fêmea normal, 
Cujos filhotes morrem antes de chegar à fase adulta, o que reduziria a população 

do animal. 

Em busca de um novo método para a erradicação do mosquitoAedes aegypti, 
pesquisadores estão soltando uma versão transgênica do inseto em bairros de 
Juazeiro (BA). O bicho geneticamente modificado gera filhotes que não chegam à 
fase adulta. 

A iniciativa, coordenada pela bióloga Margareth Capurro, pesquisadora da USP, 
foi aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) . 

Os cientistas misturam material genético de drosófilas, conhecidas popularmente 
como moscas-das-frutas, ao do A. aegypti. A transformação faz com que seus 
filhotes produzam uma proteína que causa sua morte ainda no estágio larval ou de 

pupa (a fase de casulo). 

Em laboratório, os embriões são produzidos pela Biofábrica Moscamed, em Juazeiro 

(BA), e identificados com um marcador fluorescente. Por diferença de tamanho em 
relação às fêmeas, os machos - que se alimentam de néctar e sucos vegetais - são 

isolados antes da fase adulta, quando serão liberados no ambiente. 

Eles serão soltos em cinco bairros da cidade. Lá, concorrerão para procriarem 
com as fêmeas, o que, em longo prazo, deve reduzir a população local dos 
insetos. A previsão é de liberação de 50 mil mosquitos por semana nesses locais, 

e a conclusão do estudo está prevista para 18 meses após o início do 
procedimento. 

Os primeiros 10 mil mosquitos já foram soltos na segunda-feira (21), no bairro 
de Itaberaba. Amanhã (25), serão liberados mais oito mil no mesmo local. 

Riscos 
A princípio, a liberação de espécimes do Aedes aegypti nessas regiões 
apresentaria dois riscos: aumento da incidência da dengue e desequilíbrio 
ambiental. 

Ambos, diz Capurro, são praticamente nulos. "Os mosquitos machos não se 
alimentam de sangue, por isso não transmitem a doença, e sua única função é 
copular com as fêmeas", afirma. 

Além disso, o A. aegypti não é nativo do Brasil e encontrou um ambiente ideal 
porque não possui predadores naturais por aqui. "Os mosquitos transgênicos vivem 

por aproximadamente sete dias e não deixam descendentes. Para retirá-los da 
população de insetos do local, basta parar de abastecê-la com novos indivíduos." 

Ela destaca as vantagens do procedimento. Apesar de mais caro, pode substituir 
inseticidas e larvicidas, reduzindo o lançamento de possíveis poluentes no 
ambiente. 
"O que essas substâncias fazem é selecionar indivíduos resistentes, que não 
morrem com os produtos", aponta a bióloga. 

(Folha de São Paulo)

REINALDO ZUARDI - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade 
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