Do Coronelismo Ao Fisiologismo
Brazlândia surgiu através da rota do desenvolvimento no Planalto Central, com a estrada colonial, estrada do sal. Nessa época, a cidade constava no município de Santa Luiza, hoje Luziânia. Logo após a criação do DF, Brazlândia se constituiu como cidade satélite, há 52 anos atrás. Desse período até 1990, quando houve a primeira eleição no DF, os brazlandenses eram felizes e não sabiam. Existia um balneário onde a juventude se divertia no final de semana; no salão comunitário haviam os bailes; nosso lago era limpo e o córrego veredinha possuía várias nascentes, atraindo a fauna além da comunidade; Brazlândia tinha o menor índice de criminalidade do DF; tínhamos cinema; as tradições culturais da festa do Divino e da Folia de Reis predominavam e eram respeitadas; e até ônibus executivo tinha.
Houve sucessivas denúncias e escândalos de corrupção, inclusive envolvendo o ex-administrador Ronan Batista, “testa de ferro” de Roriz, sendo logo depois preso, no caso do ICS (Instituto Candango de Solidariedade). Roriz pede renúncia no Senado, no episódio chamado “bezerra de ouro” e começa o período de traição de Fillipeli e Arruda contra o seu criador.
A partir daí, a comunidade de Brazlândia passou a ter um posicionamento crítico e não elegeu mais nenhum candidato da Deputado Distrital. Mas o DF elege Arruda e o coronelismo reaparece em Brazlândia, mesmo contra a vontade da comunidade que em plena campanha fazia protesto para que Arruda não indicasse o seu compadre a Administrador, o que não adiantou, pois mesmo com várias manifestações em frente a administração pela não indicação de Pirinópolis, Arruda o empossou com mão de ferro. Mas como diz o dito popular “Deus escreve certo por linhas tortas”, Arruda é pego no maior esquema de corrupção já visto em nosso país, denominado “caixa de pandora”. Arruda sofre o impeachment e o seu compadre é destituído da administração, encerrando assim o ciclo do coronelismo em Brazlândia.
“Mas o que é bom duro pouco”, Agnelo ganha as eleições no DF e chama uma grande coalizão que vale de tudo, para ter maioria na Câmara Legislativa. E na administração de Brazlândia ressuscitaram e logo descartaram Zé Luiz, um antigo político que estava há mais de 12 anos fora de nossa comunidade. Na conjuntura política do DF e de Brazlândia ocorre o que ninguém esperava, o governador Agnelo, pela primeira vez na história do DF e dos estados no Brasil, cria a Secretaria de Assuntos Particulares e coloca o seu motorista particular de campanha, Senhor Bolivar, com o status de Secretário de governo, para cuidar de sua agenda, carro e celular. O que causou um mal estar para a própria equipe, que questionava a função desta secretaria. Bolivar não conseguiu se sustentar, então Agnelo acabou com esse absurdo, acabando com sua Secretaria.
E como se diz o dito, “o mesmo raio não cai no mesmo lugar duas vezes”, sobrou mais uma vez para a nossa comunidade e acabamos “pagando o pato”. Bolivar atropela o PT local e se torna administrador regional, chamando o que há de pior do antigo rorizismo para compor a sua equipe na administração, copita com migalhas lideranças petistas. Nomeia e remove familiares seus ao GDF/ADM, no mais feio estilo nepotista e fisiologista.
A representação política na RA IV não tem representatividade com nossa comunidade, pois já estamos há mais de 2 anos de mandato e não verificamos avanço algum nas áresa de cultura, transporte, lazer, esporte, meio ambiente e saúde. O pior de tudo é a falta de respeito com a nossa comunidade, não há diálogo, estão fazendo o CAJE sem ouvir nossa comunidade, que já se manifestou contra. Cadê as políticas para a juventude, os conselhos de cultura, meio ambiente, turismo, dentre outros.
Brazlândia tem várias ocupações de terra de diferentes movimentos sociais que estão reivindicando que seja cumprida a lei de reforma agrária, para centenas de famílias de nossa cidade que sonham em trabalhar com agricultura familiar, na geração de renda para sustentar suas famílias. Mas infelizmente o Adm Bolivar em vez de ter um dialogo e uma proposta para este setor da sociedade, faz o inverso, apóia o grileiro de terra Edigard Enéas da Silva que era nomeado como seu assessor direto da administração, que teve prisão preventiva decretada, acusado de corromper agentes públicos e de atuar como grileiro e quadrilheiro no DF, sendo exonerado pela secretaria de governo. Com todos estes desmandos a comunidade que derrubou o coronelismo, não hesitará em derrubar o fisiologismo de Bolivar.